O carro de praça: o atual táxi/aplicativo

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Em conversa com o querido primo Ramayana de Paula Pereira Lima, falamos da evolução do “carro de praça” (hoje táxi ou aplicativo), quanto ao avanço social de Manaus.

Quando meu tio Manuel (pai do Ramayana), necessitava de um “carro de aluguel” ia até o vizinho, Doutor Cordeiro na Rua Miranda Leão e pedia para usar o telefone.

Àquela época poucos aparelhos telefônicos existiam na cidade. Normalmente, como usuário fiel solicitava um veículo para levá-lo ao trabalho, na garagem UNIÃO.

Em Manaus todas as ruas eram de paralelepípedo (herança do áureo tempo da borracha) e todas eram mão dupla.

Paralelepípedo.
Foto: Reprodução/Acervo Museu da Imagem e do Som (MISAM)

Naquele tempo existiam, basicamente, duas garagens de carro de aluguel: a União do Senhor Manuel Gago e a Esportiva de propriedade do amigo Júlio Seixas.

Eram todos carros estrangeiros: Studebaker, Kaiser, Hudson, Austin e outras marcas pequenas.

Studebaker. Foto: Reprodução

Kaiser. Foto: Reprodução

Hudson. Foto: Reprodução

Austin. Foto: Reprodução

Na verdade, estas empresas ficavam entre as Avenidas Eduardo Ribeiro e Sete de Setembro, em direção ao Teatro Amazonas. A garagem União ficava onde é hoje a C&A e a garagem Esportiva logo após o antigo canto do fuxico, na Avenida Eduardo Ribeiro com a Rua Henrique Martins, onde hoje é o banco Itaú. Era o centro da cidade de Manaus.

Para abastecer eram poucos postos de gasolina, na prática somente três nesta área central: um no início da Avenida Eduardo Ribeiro próximo ao relógio municipal e da estação dos ônibus; outro na Avenida Getúlio Vargas com a Rua Dez de Julho; e um terceiro na Praça da Polícia, em frente ao Colégio Estadual na Rua José Paranaguá.
Manaus era uma cidade pequena, que, tecnicamente ia: até o Cemitério São João Batista, entrava a direita para ir à Cachoeirinha e ao Educandos ou em linha reta passando pela Caixa D’água do Mocó, em direção às ruas de Adrianópolis, com as mais belas casas da cidade, passando da Rua Salvador em uma via de areia, onde íamos aos Balneários: Parque Dez, Guanabara, Las Palmas, Muruama e outros.
Centro de Manaus. Foto: Reprodução

A Avenida Boulevard Amazonas com a Avenida João Coelho (hoje Constantino Nery), era uma estrada carroçável que levava a uma tomada d’água (abastecimento de água), hoje uma revenda de veículos. Ao atravessar a Ponte dos Ingleses, chegava-se ao Bosque Clube, o mais antigo clube de esportes do Amazonas e lógico fundado pelos Ingleses.

Portanto, solicitar um carro de aluguel era um conforto para poucos. Ah! Para falar da época do táxi, convido o meu amigo Doutor Gilmar Couto, que construiu uma vida de sucesso pilotando um destes veículos prestadores de serviço à comunidade.

“Amigo Dudu, as lembranças são muitas e obrigado pela oportunidade de escrever a respeito. Fui motorista de táxi na época que o Fusca era o rei dos carros em Manaus e a cor oficial do táxi era o amarelo. Como tinha um “fusquinha” lindo e bem cuidado, recebi a proposta e o troquei por um Opala com câmbio “royal” (anexado ao volante) e banco inteiro. Com estes veículos, muita dedicação e “rodando” nos dias e noites de Manaus, consegui completar o curso de Educação Física na Universidade do Amazonas (hoje UFAM) e dar seguimento à minha vida profissional”.

Ramayana, valeu a nossa conversa.

Por hoje é só! Semana que vem tem mais! Fuuuiiiiii!

Sobre o autor

Eduardo Monteiro de Paula é jornalista formado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com pós-graduação na Universidade do Tennesse (USA)/Universidade Anchieta (SP) e Instituto Wanderley Luxemburgo (SP). É diretor da Associação Mundial de Jornalistas Esportivos (AIPS). Recebeu prêmio regional de jornalismo radiofônico pela Academia Amazonense de Artes, Ciências e Letras e Honra ao Mérito por participação em publicação internacional. Foi um dos condutores da Tocha Olímpica na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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