Apolo no Vivaldão

A estação de exercício físico chamada Apolo era um conjugado onde era possível realizar uma série de exercícios no mesmo aparelho.

Calma! Não é o deus grego que baixou no Vivaldão. Em 1976, o Estádio Vivaldo Lima, possuía na face leste (Avenida Constantino Nery), um pequeno hotel que hospedava atletas e era a sede da Sedam (a SEJEL da época), onde Roberto Gesta de Melo administrava os destinos esportivos do Amazonas. 

Inesperadamente, chega em Manaus e é instalado em uma sala especial do hotel, o que existia de mais moderno no mundo do condicionamento físico: uma estação de exercício físico, chamada Apolo. E o que é isso? Um conjugado, onde era possível realizar uma série de exercícios físicos no mesmo aparelho.

Era revolucionário e inovador. No Brasil, apenas São Paulo e Rio de Janeiro possuíam o referido equipamento. É bom lembrar, que era uma época de mudanças.
Foto: Reprodução/Baú Velho

O primeiro a ministrar instruções no aparelho foi o professor Ariovaldo Malízia, que à época, teve que suplantar um paradigma: “corria a boca pequena” que mulher não deveria fazer força, pois ficaria musculosa e masculinizada. 

O conceito equivocado atrapalhava, e muito, as ações planejadas. Ao convencer as atletas da seleção de handebol feminina (dirigida pelo professor Walmir Prado de Alencar), Malízia não só mostrou que a “conversa fiada” de mulher não poder fazer força era folclore, como também ajudou na conquista de um importante título da modalidade: Campeão Brasileiro dos Jogos Escolares. Valeu Malízia!
Ah! Mais um detalhe: conta Roberto Gesta, que o nome do aparelho Apolo era Righetto (nome do fabricante). Completa Gesta: “Righetto foi árbitro brasileiro de basquete, com participação histórica na decisão da modalidade, nas Olimpíadas de Montreal”.
Jogavam a final Estados Unidos e Rússia (antiga União Soviética), e Righetto era um dos árbitros, que encerrou a partida três segundos antes do final, com a vitória dos Estados Unidos por um ponto. Os americanos vibraram e os russos partiram para cima da arbitragem: confusão generalizada. Mesmo não querendo, Righetto reiniciou a partida e pasmem: a Rússia, em dois segundos fez uma cesta de dois pontos e venceu a final!

Acontecia a primeira derrota americana no basquete em nível internacional. A única medalha que a equipe dos Estados Unidos não levou pra casa! Assim, o árbitro brasileiro entra para a história, neste terrível incidente esportivo internacional. Obrigado Gesta pela relevante informação.

Dito isto, Righetto promoveu uma profusão de sentimentos no basquete mundial e transformou o condicionamento físico dos atletas no Amazonas.
Valeu Righetto, Gesta e Malízia, a história agradece!

Por hoje é só! Na próxima semana tem mais! Fuuuiiiiiiii!!!! 

Sobre o autor

Eduardo Monteiro de Paula é jornalista formado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com pós-graduação na Universidade do Tennesse (USA)/Universidade Anchieta (SP) e Instituto Wanderley Luxemburgo (SP). É diretor da Associação Mundial de Jornalistas Esportivos (AIPS). Recebeu prêmio regional de jornalismo radiofônico pela Academia Amazonense de Artes, Ciências e Letras e Honra ao Mérito por participação em publicação internacional. Foi um dos condutores da Tocha Olímpica na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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