Uma taxa baixa, por si só, não significa que esse dinheiro “barato” vai chegar para quem precisa desse capital. Mesmo com as quedas consecutivas, as taxas dos empréstimos continuam altas.
Pela oitava vez, consecutiva, o COPOM fez mais um corte na taxa básica de juros vigente no país. Agora, a SELIC é de 2,25% ao ano. Uma taxa que nos aproxima de vários países desenvolvidos.
Mas, tem um problema nessa história ainda. Uma taxa baixa, por si só, não significa que esse dinheiro “barato” vai chegar para quem precisa desse capital. Mesmo com as quedas consecutivas, as taxas dos empréstimos continuam altas.
Existe um índice do Banco Mundial chamado de “ease of doing business”, traduzindo “facilidade em fazer negócios” que ranqueia os países em vários critérios necessários para a geração de novos negócios.
E, para a surpresa de pouquíssimos, nosso país é um dos piores na facilidade de abertura de empresas, na carga tributária e acesso ao crédito.
Sem uma mudança no ambiente de negócios, sem uma desburocratização dos processos de regulamentação de empresas e sem reformas (tributária, fiscal e trabalhistas), essa queda nos juros vai significar muito pouco.
Eu sempre falo isso aqui, mas volto a repetir: é o empreendedorismo que vai tirar nosso país da crise. E nessa pandemia muita gente perdeu o emprego e vários negócios já quebraram.
O empreendedorismo por necessidade vai continuar existindo e deve aumentar agora. O que torna o momento importantíssimo para que essas mudanças não só entrem em pauta, mas que algo real seja feito.
Fica o apelo.
De qualquer forma, ainda de que forma discreta, alguns bancos já anunciaram uma redução nas taxas de juros cobradas nos empréstimos e financiamentos. Para quem precisa de empurrão, pode ser um bom momento para pegar um empréstimo ou renegociar uma dívida.
O cenário ainda é nebuloso, mas devemos nos fortalecer, buscar parcerias, gerenciar o fluxo de caixa e ser corajosos.
A coragem precede o sucesso. Esse é o jeito baré de empreender.
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