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Sexta, 19 Abril 2024

ZFM: 2073, o ano que certamente virá

ZFM: 2073, o ano que certamente virá
A gênese da crise que se abate sobre a Zona Franca de Manaus tem como marco decisivo a omissão do Executivo ao não estabelecer critérios de avaliação e ajustes do modelo, que, desta forma foi incorporando equívocos e distorções ao longo do tempo. O ponto crucial, contundente é a abertura da economia no governo Collor de Mello em 1990, a partir de quando  o modelo colapsou. Exposta à concorrência estrangeira aberta, a Zona Franca não teve como permanecer no mercado. Enquanto isso, o governo manteve-se paralisado, não tendo sido capaz de detectar, naquele momento, a necessidade de reestruturação da política de incentivos fiscais ajustada à conjuntura mundial vigente.

À medida em que hoje se procura uma solução voltada a promover a diversificação e expansão do pólo industrial, corre-se grande risco de avaliar o quadro conjuntural e propor soluções movidas por descontrole emocional que, ante as procelas que ameaçam se abater sobre a ZFM,  invadem certos setores do poder decisório. Observa-se um certo frenesi, todos procurando falar tudo ao mesmo tempo; distanciados, todavia, do foco central da questão. Fundamental, portanto, a deflagração de ações concertadas, harmônicas, alinhando parâmetros sobre questões chave, como as relacionadas à incorporação ao perfil de nossa economia de atividades derivadas da bioeconomia, da mineração, da produção de alimentos e do ecoturismo. Por fim, trabalhar a quatro mãos estudos e projetos que possam fazer avançar, diversificada, a nova matriz econômica extra-muros do PIM.

A questão que se põe: como  viabilizar a transição? Ponto central, que exige discussão objetiva e clara.  Não se pode admitir em hipótese alguma governo estadual, Suframa e representações empresariais chegarem a Brasília para negociar com o Paulo Guedes a Reforma Tributária, por exemplo, de pires na mão. A nova matriz econômica, na perspectiva 2073 será certamente a resultante da incorporação ao pólo industrial de cadeias produtivas assentadas na exploração da biodiversidade via plataformas de alta tecnologia estruturadas com foco mercadológica interno e externo. Ideal que o mercado exterior assuma prioridade absoluta tendo em vista gerar as divisas que assegurem independência ao modelo sem favores de Brasília. A via percorrida por Coreia do Sul, Cingapura, Hong Kong e pela qual ora caminham Malásia, Polônia, Irlanda, Vietnam, sem falar na China.

Aliado a esses fatores, exige-se competência para identificar com precisão os segmentos modernos e, com efeito, canalizar, com retornos positivos garantidos, investimentos em tecnologia de ponta por eles demandados (a serem negociados com o governo Federal,  organismos multilaterais e conglomerados de alto porte tecnológico tendo em vista o aproveitamento das oportunidades derivadas das vocações econômicas do Estado ajustadas ao contexto do mundo moderno).

Para o ex Diretor e pesquisador do Inpa, Adalberto Luis Val, três pontos essenciais devem, de imediato,  merecer máxima atenção da autoridade governamental: 1) Evolução natural dos sistemas produtivos com incorporação de tecnologias de última geração. Os sistemas produtivos tem de acompanhar a evolução do mercado. Com os adventos modernos de comunicação, almejamos consumir o que é lançamento no mundo desenvolvido. Produzir o “velho” não encontra mercado, não gera renda, e não produz inclusão social; 2) Ciência, Tecnologia e Educação. Produzir informação capaz de promover inclusão social e geração de renda com respeito ambiental é missão vital no mundo moderno. Igualmente importante: que a sociedade esteja preparada para apropriar-se das novas tendências e novas informações produzidas pela Ciência & Tecnologia, e 3) Desafios modernos, como as mudanças climáticas. O uso dos recursos naturais pode alavancar ações estratégicas para a inclusão social e geração de renda, mas precisa de informações para seu uso sustentável em face das mudanças ambientais em curso no mundo e na Amazônia.

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