O governo brasileiro enviará ao Líbano alimentos, medicamentos e insumos básicos de saúde, reunidos pela comunidade libanesa no país.
O ex-presidente Michel Temer (MDB), filho de libaneses, à convite do presidente Jair Bolsonaro, a partir desta quarta-feira (12) vai chefiar a missão oficial brasileira de ajuda ao Líbano, que teve a zona portuária de sua capital, Beirute, devastada por uma avassaladora explosão na terça-feira, 4.
O avião partirá da BASP, base aérea da FAB (Força Aérea Brasileira) em Guarulhos, S. Paulo.
A decisão presidencial segue padrões de países civilizados que recorrem a ex-chefes de Estado para representar o país, não apenas em posses, mas em eventos de tamanha importância e abrangência internacional.
O governo brasileiro enviará ao Líbano alimentos, medicamentos e insumos básicos de saúde, reunidos pela comunidade libanesa no país.
Serão também mandados, por via marítima, cerca de 4.000 toneladas de arroz para atenuar as consequências das perdas de estoque de cereais destruídos na explosão”, disse o presidente Jair Bolsonaro na manhã de domingo, 9, em reunião com líderes mundiais.
O presidente Jair Bolsonaro igualmente anunciou que está acertando com o governo do Líbano o envio de uma equipe técnica para colaborar na realização da perícia no local da explosão.
Crise libanesa
O Líbano já enfrentava uma crise humanitária antes das explosões ocorridas no início do mês. O acidente atingiu um depósito no porto de Beirute, no qual encontravam-se armazenadas 2.750 toneladas de nitrato de amônio.
A ONU – Organização das Nações Unidas teme que a situação se agrave dado o controle de parte importante do governo libanês por forças do Hezbollah, grupo terrorista instalado no Sul do Líbano, que tem por objetivo máximo varrer Israel para o mar e disseminar ações terroristas ao redor do mundo Ocidental.
O Líbano hoje
Mesmo com uma minúscula população estimada em menos de 7 milhões de habitantes (2019), antes da explosão 75% dos libaneses já precisavam de ajuda, 33% estavam desempregados e cerca de 1 milhão de pessoas vivia abaixo da linha da pobreza.
O apoio do Brasil ao Líbano vai de encontro a laços antigos que unem nossos dois países. Hoje há mais libaneses no Brasil do que no Líbano. São 12 milhões de libaneses que vivem no Brasil e mais de 12 mil brasileiros no Líbano.
Mesmo vítima de graves adversidades, vale a pena recordar um provérbio árabe que diz: “não é mérito o fato de não termos caído e, sim, o de termos levantado todas as vezes que caímos”.
Dedico este artigo ao meu sogro Haj Mamoud Amed (1883-1968), in memoriam aos senhores Chibly Abrahim, Rafael Azize, Nasser Abrahim Nasser, Abdul Razac Hauache em nome dos quais homenageio a imensa colônia libanesa, força determinante na construção da cultura e da economia amazonense e de toda a Amazônia.
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