Dormir em rede faz bem ou mal? Entenda hábito típico da Amazônia

Das famílias mais ricas às mais pobres, a rede faz parte da sociedade e da cultura amazônida

A rede é um objeto comum em boa parte dos domicílios da Região Norte. Das famílias mais ricas às mais pobres, a rede faz parte da sociedade e da cultura amazônida. Uma das mais perguntas mais frequentes sobre o uso é: dormir em rede faz bem ou mal para a coluna? De acordo com uma pesquisa da Universidade Estadual do Pará (Uepa) existe a possibilidade de que ela possa fazer bem.

A pesquisa foi realizada pelo professor Jean Klayn, coordenador do Serviço de Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia do Hospital Porto Dias. Foram feitas análises com mais de 500 pessoas, todas mulheres entre 30 a 60 anos e donas do lar. “Nós escolhemos esse segmento para que a amostra fosse mais homogênea. Todas teriam uma idade aproximada e fariam uma atividade de impacto à coluna bem aproximada”, disse o professor.
 
As mulheres que participaram da pesquisa foram divididas em dois grupos: as que dormiam em cama, e as que dormiam em rede. O resultado mostrou que as mulheres que dormiam em rede tinham menos problemas de coluna e tinham menos reclamações de dores.

Foto: Arquivo/Portal Amazônia
 
A dona de casa, Marta Rodriguez, faz parte desse segmento. Ela saiu do interior do Amazonas há mais de 10 anos, mas não deixou de lado o costume de dormir em rede. De acordo com Marta, a rede a faz ter um sono melhor e acordar mais disposta. “Eu não tenho costume de dormir em cama, quando durmo quase sempre durmo mal. Já me acostumei com a rede”, destacou.

De acordo com o professor Jean, dona Marta tem essa sensação porque a rede proporciona uma posição mais confortável para a coluna. “A pessoa que usa a rede fica deitado numa posição a fetal. Isso relaxa os músculos e deixa os folículos dos nervos da coluna mais abertos. Essa é a provável explicação para o resultado da nossa pesquisa”, salientou.A pesquisa, atualmente, passa por uma análise estatística para que continue em progresso. O resultado vai dizer se a pesquisa já pode apresentar esses dados ou se ainda é necessário um número maior de pessoas investigadas.

Cuidados com crianças

A rede pode ser benéfica a saúde mais ainda precisa de cuidados, principalmente com relação a crianças pequenas. O ortopedista Diego Cabrejos afirma que atende em seu consultório muitos casos de crianças pequenas que são deixadas em redes e acabam se machucando. “A criança acaba perdendo o equilibro, e o viro da rede faz ela bater de cabeça no chão. Atendo muitos casos assim no meu consultório e, às vezes, o problema é mais sério. Por isso, é importante não deixar crianças pequenas sozinhas em redes”.
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