Casos de Covid-19 no Amazonas sobem 58,2% em uma semana

Desde o registro do primeiro caso da doença em 13 de março, os números de contaminados crescem a cada dia

O número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, que causa a Covid-19, subiu 58,2% no Amazonas em uma semana. O número de mortes também teve aumento. A alta foi de 64,8% no mesmo período. O estado registra um dos piores cenários do país no enfrentamento da pandemia, com o sistema de saúde superlotado e sistema funerário afetado.

De acordo com dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), o estado contabiliza, até sábado (2), o total de 6.062 casos confirmados da doença. Há sete dias, o número era de 3.833 casos.

Com relação às mortes, de acordo com o último boletim, são 501 em decorrência da Covid-19 até o momento. No dia 26 de abril, o número de óbitos era de 304.

Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Dos 6.062 casos confirmados no Amazonas, 3.658 são de Manaus, o que representa 60,3% do casos contabilizados no estado, e 2.404 do interior do estado (39,6%). Entre pacientes da capital, até o momento, há o registro de 368 óbitos para o novo coronavírus.

Desde o registro do primeiro caso da doença em 13 de março, os números de contaminados crescem a cada dia. A alto demanda de pacientes com suspeitas da Covid-19, junto a pessoas com outras enfermidades, causou um inchaço no sistema de saúde.

Até sábado, 317 pacientes estavam internados com a Covid-19, sendo 152 em leitos clínicos (52 na rede privada e 100 na rede pública) e 165 em UTI (86 na rede privada e 79 na rede pública).

Há ainda outros 856 pacientes internados considerados suspeitos e que aguardam a confirmação do diagnóstico. Desses, 630 estão em leitos clínicos (240 na rede privada e 390 na rede pública) e 226 estão em UTI (131 na rede privada e 95 na rede pública).

De acordo com a Secretária de Saúde, atualmente a taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 89%, mas o o índice já chegou a alcançar 96% em abril.

Foto: Chico Batata/Divulgação

No sábado, o governo divulgou que o Hospital Delphina Aziz, unidade de referência no tratamento de Covid-19, atingiu a capacidade completa de 350 leitos, entre clínicos e de terapia intensiva. Segundo o governo, o hospital tinha 132 leitos, dos quais 50 eram de UTI.

“Dos 350 leitos, 35 estão prontos para funcionamento e aguardam a chegada, prevista para a madrugada de segunda-feira (4), de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas enviados pelo Ministério da Saúde para atuar no atendimento às vítimas do coronavírus em Manaus”, informou.

Leitos de UTI até quinta-feira (30/04):

  • Total de 162 leitos, 89% estavam ocupados;
  • Já dos 621 leitos clínicos para pacientes confirmados ou suspeitos, 55% estavam ocupados.

A implantação de contêineres frigoríficos também foi uma medida adotada para comportar os corpos de vítimas de Covid-19 em hospitais de Manaus, após a repercussão de um vídeo que mostra corpos posicionados ao lado de pacientes internados no Hospital João Lúcio, na Zona Leste de Manaus.

O número de mortes mantém tendência de crescimento e afeta o sistema funerário de Manaus. O feriado de sexta-feira (1º), por exemplo, registrou 151 sepultamentos nos cemitérios públicos e privados. Segundo a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana, entre as causas de morte, 12 pessoas tiveram no atestado a confirmação para Covid-19.

Nesta sexta-feira, um carregamento de 150 caixões chegou em Manaus por meio de barco para atender a demanda. As unidades só devem atender a demanda de um dia, já que, conforme a Prefeitura de Manaus, a média de sepultamentos aumentou para 120 por dia.

Como medida para atender a demanda, a Prefeitura passou a enterrar vítimas de Covid-19 em valas comuns, chamadas pelo órgão de trincheiras. O empilhamento de caixões também chegou a ser adotado no Cemitério de Aparecida – o maior de Manaus, mas foi cancelado depois de protesto de familiares. O local também passou a contar com câmeras frigoríficas para comportar caixões.

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