Pesquisa propõe solução para o problema dos sem-teto em Parintins

Sem-tetos sendo entrevistados em Parintins. Foto: Divulgação/Fapeam

Em Parintins o número de sem-teto tem subido nos últimos anos. De acordo com pesquisa promovida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), mais de 100 pessoas vivem atualmente em situação de vulnerabilidade nas ruas do município. A pesquisadora, Cássia Karimi Vieira Cativo, acredita que o poder público do município tem atuado de maneira incipiente sobre esse problema.

A pesquisa intitulada “Sem trabalho, sem teto: Análise das estratégias de sobrevivência das pessoas em situação de rua do município de Parintins” analisou como essas pessoas sobrevivem no ambiente urbano, sem trabalho na maioria das vezes, e qual é a atuação do poder público junto a essas pessoas.

Em entrevistas com os sem-teto foi possível mapear as principais localidades e suas  principais características. “Eles ficam localizados em maior quantidade na rua Armando Prado, na praça da prefeitura e no bairro da Francesa. São aproximadamente 100 pessoas nas rua, em sua maioria por homens, que estão entre 35 e 60 anos. A maioria não tem o ensino básico e mal sabem escrever”, e acrescenta “Com uma lógica de mercado cada vez mais competitivo essas pessoas ficam marginalizadas, sem conseguir um emprego e acabam sobrevivendo de mendicância ou da coleta de material reciclável”.

A partir do material coletado, a pesquisadora Cassia foi até as secretárias do município para dialogar e ver a atuação do poder público. “De maneira geral nenhuma secretária quis falar comigo, afirmando não ter informações suficientes sobre os sem-teto da cidade. Isso já corrobora com a fala dos sem-teto, que ao serem indagados respondem se sentirem esquecidos pelo poder público”.

Situação

Sem emprego, morando nas ruas, boa parte dos sem-teto tem uma história de violência para contar. “Eles dizem que já acordaram com alguém jogando gasolina neles, e que a pessoa só não ateou fogo porque taxistas intervieram. Os casos de violência são considerados constantes. A pouco tempo na região um deles morreu ao levar 14 facadas”, afirmou a pesquisadora.

A pesquisa aponta uma possível solução para o problema: criar uma rede de integração entre secretarias de saúde, assistência social e habitação para trazer dignidade de volta a essas pessoas. Cassia Kaimi pretende levar sua pesquisa aos órgãos competentes do município e dialogar com os servidores públicos. “Minha maior motivação nessa pesquisa é que mais pessoas dialoguem sobre os sem-teto e os tirem da invisibilidade. Só assim nos podemos resolver esse problema e levar o mínimo de cidade a essas pessoas”.

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