Em Macapá, reeducandos do sistema prisional realizam ações de limpeza na cidade

As ações fazem parte do projeto  “Liberdade e Cidadania”, que busca alternativas para a melhoria das condições de sobrevivência

Trinta e dois ressocializandos do sistema prisional do Amapá, beneficiados pelo projeto “Liberdade e Cidadania”, começaram a trabalhar na manutenção de praças e outros locais públicos nesta segunda-feira (1). Eles atuam limpeza de cemitérios, compostagem e paisagismo do aterro sanitário. O monitoramento é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Zeladoria Urbana.

A inclusão social e profissional é uma política pública favorecida pela Prefeitura de Macapá há 16 anos, através de uma parceria com o Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), Vara de Execuções Penais (VEP) e Instituto de Administração Penitenciária (Iapen).

O projeto busca alternativas para a melhoria das condições de sobrevivência, tendo a família do apenado como foco principal no restabelecimento dos vínculos e convívio na sociedade pela rede de promoção e proteção social.

O secretário municipal de Zeladoria Urbana, Jean Patrick Farias, explicou que, além da oportunidade de reingressarem no mercado de trabalho, os reeducandos ganham a remição de um mês da pena a cada três meses trabalhados e recebem auxílio financeiro pago mensalmente pela Prefeitura, no valor de 75% do salário mínimo, acrescido do valor financeiro de 22 vales-transportes mensais.

“A ressocialização e reinserção do apenado no mercado de trabalho e, consequentemente no seio da sociedade, são situações quase sempre cercadas de preconceito, embora muitos até desejem uma nova vida, não conseguem um futuro melhor por causa da discriminação. Diante dessa realidade a Prefeitura tem colocado em prática sua parcela de contribuição para um cenário inverso, com novas chances e perspectivas aos reeducandos”, ressalta o Secretário.

O projeto tem acompanhamento e apoio sistemático da Prefeitura de Macapá, serviço social da Vara de Execuções Penais e do Iapen, para apoiar a absorção do reeducando capacitado pelo mercado formal de trabalho.

Ronaldo Lino, coordenador do Liberdade e Cidadania na Zeladoria Urbana, explicou que acompanhar os serviços é importante para o rendimento das ações e avaliar o comportamento.

“Esse projeto mostra que é possível ampliar a mão de obra do serviço público por meio de projetos de inclusão social, o que resulta em diversas melhorias na cidade”. Embora esses ressocializandos tenham uma ficha negativa, todos merecem uma segunda chance e desde que começamos a trabalhar com eles, sempre obtivemos resultado positivo” avaliou.

Em liberdade por já ter cumprido 11, dos 35 anos aos quais foi condenado, Ronaldo dos Santos Melo está em regime aberto domiciliar e ganhou a chance de voltar ao mercado de trabalho por meio do projeto. Há 4 anos e 7 meses presta serviços na Secretaria Municipal de Zeladoria Urbana e demonstra satisfação pela oportunidade que recebeu.

“Hoje vejo satisfação e alegria na minha família, meus filhos sabem que no fim do dia irei voltar pra casa com a certeza de que no dia seguinte terei a mesma liberdade, pois tenho vivido novas experiências no ambiente que trabalho e tenho aprendido o verdadeiro valor de ser livre”, concluiu o reeducando.

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