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Domingo, 28 Abril 2024

Seca extrema revela cor real do rio Madeira em Porto Velho

Com a seca histórica, o rio Madeira tem apresentando uma coloração diferente, substituindo seu marrom característico por um tom esverdeado. Mas o que causou essa mudança? Especialistas explicam que essa mudança das águas é mais normal do que se pensa, já que acontece normalmente no período de vazante (seca).

Segundo o chefe de departamento de geografia da Universidade Federal de Rondônia (Unir), doutor Michel Watanabe, a coloração amarronzada está associada aos sedimentos carregados pelo Madeira nos períodos em que ele está mais forte.

A tonalidade esverdeada, por outro lado, é a coloração natural do rio Madeira, mas só se torna mais visível durante períodos de secas extremas. A água adquire essa tonalidade devido à redução das cargas sedimentares e a criação mais evidente de microalgas.

"A oscilação em quantidade de água e sedimentos durante o período de seca e cheia é uma condição natural do rio. E a mudança na cor do rio também é uma consequência da diminuição e aumento da vazão", 

explica o professor.
Foto: Reprodução

Quando acontece essa mudança? 

Segundo Watanabe, essa mudança está relacionada à redução dos níveis da água, que ocorre durante os meses mais secos na bacia do rio, de junho a setembro, sendo outubro um mês de transição entre o verão e inverno amazônico.

No entanto, devido à seca extrema e fora dos padrões que a região Norte enfrenta, o período para a mudança na coloração também vem sofrendo variações.

Michel Watanabe explica que nessa diminuição extrema da vazão e mudança na coloração, há acúmulo de variáveis que podem afetar o ecossistema.

"A criação excessiva de algas, diminuição de oxigênio, mudança de temperatura da água, esse e outros fatores podem se tornar prejudicial para algumas espécies aquáticas", ressalta.

A cor mais escura e barrenta deve voltar a predominar no momento que os níveis da bacia voltarem a subir, que geralmente acontece no período chuvoso, previsto para começar entre o mês de outubro e novembro, de acordo com o professor e doutor.

*Por Emily Costa, do g1 Rondônia

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