Da semente da Andiroba é extraído um óleo de cor dourado, cheiro forte e que possui inúmeras propriedades fitoterápicas.
Da semente da Andiroba é extraído um óleo de cor dourado, cheiro forte e que possui inúmeras propriedades fitoterápicas. A árvore é nativa da Amazônia, sendo muito utilizada pelas populações da região Norte do Brasil. O uso popular do óleo é uma herança ancestral dos povos da floresta. As informações são do Brasil de Fato.
Teófila Nunes, Dona Téo, como é conhecida, mora no assentamento Mártires de Abril, que fica na ilha de Mosqueiro, a 72 quilômetros da capital paraense, e conhece bem o poder curativo da planta. No local onde mora têm árvores de Andiroba e da semente ela extraia o óleo para fazer repelentes e gel de massagens para tratamento de contusões, inchaços e reumatismos e outros benefícios que ela mesma conta.
“O óleo da Andiroba ele é bom para quase tudo, pode-se dizer até mesmo como falei sobre o cosmético, para o cabelo, para a hidratação da pele, para fazer repelente, para massagem, para fazer gel para as dores reumáticas até mesmo dores espasmódicas a gente tem experiência que a Andiroba também é boa, a gente faz a massagem no abdômen e é muito bom, então além de ser analgésica ela é anti-inflamatória e como disse é um remédio muito comum para nós na Amazônia”, explica.
Andiroba em tupi-guarani significa gosto amargo e se refere às sementes desta árvore. Além do gosto travoso o óleo também tem um cheiro forte, o que para Aldebaram Moura, 44 anos, o aroma lembra a infância em São Miguel do Guamá, cidade do nordeste paraense, a 180 quilômetros de Belém.
“É memória de infância também o cheiro da Andiroba, para muitos que não são paraenses, que não são da Amazônia acham o cheiro ruim, um cheiro forte, para mim é cheiro bom, porque traz cheiro de coisa boa que vai fazer bem, que cai curar, então para mim Andiroba é cura”, recorda.
Por ser um excelente anti-inflamatório Aldebaram, que faz parte da Coordenação da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE), relata que não fica sem o óleo em casa e usa para diversos fins, mas o principalmente na filha de seis anos quando a pequena fica com a garganta inflamada e explica como faz a aplicação.
“Eu tenho uma filha de seis anos, a Luna, ela tem muitos problemas respiratórios e a garganta dela fica inflama então ela já sabe, quando ela está ruinzinha da garganta: mamãe você vai passar aquele remedinho? E aí quando as glândulas estão inflamadas a garganta está doendo a gente lambuza, passa bastante pelo lado de fora”.
O uso e os benefícios do óleo são heranças que fazem parte da cultura popular. Assim como a mãe de Aldebaram a ensinou sobre os benefícios do medicamento ela agora transmite a filha o conhecimento ancestral desse óleo medicinal:“Então a Andiroba ela faz parte da nossa vida, a minha filha já está crescendo sabendo que a Andiroba é o remedinho santo que vai trazer cura para ela e foi isso que eu aprendi com a minha mãe, que aprendeu com a avó dela e a gente vai passando as gerações”, afirma.