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Sábado, 27 Abril 2024

No Acre, focos de incêndio em julho já se aproximam do total do primeiro semestre

Nos primeiros 14 dias de julho, o Acre já registrou 42 focos de incêndio segundo o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que disponibiliza os dados no site oficial.

O número é próximo ao que foi detectado em todo o primeiro semestre, quando o Estado teve 48 focos de janeiro a junho. Naquele período, o índice representou uma redução de 65% em relação aos primeiros seis meses de 2022, com 137 registros.
Acumulado de queimadas em julho já se aproxima de todo o primeiro semestre de 2023. Foto: Reprodução/Arquivo CBM-AC

Já os índices do mês de julho marcam o início do período preocupante de seca no estado, que concentra os maiores índices de queimadas. Em 2022, o estado teve o segundo maior registro de área queimada na série histórica, com 322.019 ha, perdendo apenas para 2005.

Entre os municípios, o que registrou o maior número de queimadas foi Cruzeiro do Sul, com 11, seguido por Feijó (7) e Brasiléia (4). A capital Rio Branco teve um dos menores índices registrados pelo satélite Aqua, com apenas um foco. 

Cruzeiro do Sul aparece com a maior quantidade de registros de incêndios em julho. Imagem: Reprodução

Alerta 

No dia 11 de julho, a iniciativa trinacional de Gestão de Risco e Defesa Civil de Madre de Dios (Peru), Acre e Pando (Bolívia), representado pela sigla miniMAP, divulgou previsões para a região com estimativas de institutos internacionais, que apontam grande probabilidade de chuvas abaixo do normal e temperaturas acima do normal para os próximos três a cinco meses. 

"Se o clima regional seguir estas previsões, antecipamos problemas agudos de abastecimento de água, de ondas de calor e de queimadas acidentais em áreas agrícolas e incêndios florestais. Os últimos resultariam em altos níveis de fumaça que têm implicações sérias para saúde humana e ambiental",

ressalta a publicação.

O documento é assinado por diversos especialistas das três regiões, e traz as seguintes recomendações às autoridades:


  • Preparar e implementar planos de contingência para abastecimento de água para comunidades humanas e atividades agropecuárias, levando em conta a importância de manter ecossistemas aquáticos.
  • Preparar e implementar planos de contingência para identificar e controlar queimadas acidentais e provocadas e para apagar rapidamente incêndios iniciantes em florestas antes de sua propagação.
  • Preparar e implementar planos de contingência para reduzir os impactos de ondas de calor em populações vulneráveis como idosas e de crianças e nas atividades agropecuárias.
  • Que as sociedades e instituições públicas monitorem a qualidade do ar através de dados de redes locais e de satélites para implementar medidas de redução do impacto de fumaça na saúde humana e ambiental.
Plataforma de monitoramento mostra que a qualidade do ar no estado ainda não sofre efeitos das queimadas. Imagem: Reprodução

Qualidade do ar 

Até a manhã do dia 14 de julho, a plataforma de monitoramento da qualidade do ar, com parceria entre a Universidade Federal do Acre (Ufac) e o Ministério Público (MP-AC), mostrava que os pontos monitorados têm se mantido dentro dos níveis considerados seguros para concentração de material particulado.

Todos os sensores do estado apontam níveis de 0 a 12 microgramas por metro cúbico, que, na escala internacional, é considerada satisfatória e não traz riscos à saúde.

Porém, no lançamento da Operação Estiagem deste ano, o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, coronel Cláudio Falcão, afirmou que as queimadas são um dos pontos mais preocupantes no período de seca.

Segundo Falcão, além da operação que leva água a locais da zona rural de Rio Branco que são prejudicados com a diminuição da captação de água, um plano de contingência para conter o crescimento dos focos de incêndio.

"Sem dúvida as queimadas sempre são um grande problema para nós. Nós já temos plano de contingência pronto para as queimadas, assim como nós temos o plano de contingência de exaurimento hídricos. Nós temos inclusive uma perspectiva desse período seco, muito propício ao fogo, com vento que pode chegar a quinze quilômetros por hora, propagação, perda, colocando inclusive em risco o patrimônio, a vida humana, a vida dos animais. Então, tudo isso é um grande problema também, que a Defesa Civil faz frente, mobilizando órgãos, fazendo seus planos de contingências para minimizar seus impactos", explicou. 

*Por Victor Lebre, do g1 Acre

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