Monitoramento começou a ser feito há mais de 100 anos e, em 2023, seca do Rio Negro está a 28 centímetros de chegar à pior, registrada em 2010.
Marina do Davi na Zona Oeste de Manaus está com flutuantes em terra após o Rio Negro secar totalmente na área — Foto: Divulgação
Manaus (AM) registrou a terceira maior seca da história da capital no dia 13 de outubro. Com o Rio Negro em 13,91 metros, a cidade chegou a 28 centímetros da vazante histórica, registrada em 2010, quando o rio chegou a descer para 13,63 metros.
A capital é uma das 60 cidades do Amazonas afetadas pela seca severa deste ano. Apenas dois municípios do estado estão em normalidade: Presidente Figueiredo e Apuí.
A caminho da maior vazante da história da capital, com cota desta sexta, o Rio Negro atinge a terceira maior seca da cidade desde 1902, ano em que começou o monitoramento no Porto de Manaus, onde uma régua mede o nível das águas diariamente.
Em 2010, na mesma data, o rio media 15,45 metros. Isso significa que o nível estava 1,54 metro mais alto.
Veja o ranking das secas na capital, conforme dados do Porto de Manaus:
13,63 (2010) |
13,64 (1963) |
14,2 (1906) |
14,34 (1997) |
14,42 (1916) |
14,54 (1926) |
14,74 (1958) |
14,75 (2005) |
14,97 (1936) |
15,03 (1998) |
15,04 (1909) |
15,06 (1995) |
15,62 (1915) |
15,69 (1948) |
15,74 (1950) |
15,86 (2009) |
15,92 (2015) |
15,96 (1961 e 2012) |
Manaus em emergência
A seca do Rio Negro fez Manaus decretar situação de emergência, no dia 28 de setembro deste ano. Com a vazante, lagos e igarapés que cortam a cidade estão secando. Segundo a prefeitura, a estiagem afeta comunidades ribeirinhas, que sofrem com falta de alimentos e de água potável.
Seca no Amazonas
Até o momento, 42 municípios do Amazonas estão em situação de emergência, 18 cidades de alerta, 0 em atenção e 2 em normalidade. Segundo a Defesa Civil estadual, Presidente Figueiredo e Apuí são os únicos municípios que continuam sem problemas de acesso, por isso, não entram para a lista de atingidos pela estiagem.
Em todo o Estado, 273 mil pessoas, de 68 mil famílias, estão sendo afetadas pela vazante.
*Por Eliena Monteiro, do g1 Amazonas