Especialistas explicam que aumento expressivo da população de ratos é um dos fatores que contribuem para a presença desses animais.
Queimadas, elevação da temperatura, construções próximas à região de mata e a busca por uma presa, são fatores que ajudam a explicar as aparições frequentes de cobras em áreas urbanas das cidades de Rondônia, informam especialistas.
Migração
Um dos principais fatores que contribuem para o aparecimento de cobras em ambientes urbanos é a migração desses animais por causa da destruição do seu habitat natural durante o ‘inverno amazônico’.
Por esse motivo, as cobras buscam lugares secos para se abrigar e se durante a busca, elas sentirem o cheiro de alguma presa, isso se torna mais um motivo para que elas aparecerem em zonas urbanas e busquem abrigo em residências.
“Uma jiboia é uma cobra que não tem veneno, mas ela vem pra área urbana atrás de alimento porque nesse caso pode ter roedores ou até mesmo pássaros, algumas aves que fazem parte da alimentação”, explica o professor e biólogo Flávio Terassini.
Espécies
De acordo com Terassini, quase 450 espécies diferentes de serpentes vivem no Brasil e, dessas, 65 tem veneno. Já em Rondônia, 120 cobras diferentes vivem no Estado e, dessas, 12 tem veneno.
“Elas estão aí na natureza se alimentando de alguns animais e sendo alimento de outros animais. Alguns gaviões se alimentam de cobras, alguns mamíferos, como a mucura, há alguns sapos que comem filhotes de cobra, enfim. Então elas são a base da cadeia alimentar”,
diz Terassini.
Resgate
Os resgates de animais peçonhentos estão cada vez mais comum em regiões urbanas. Na maioria dos casos, os resgates são feitos por profissionais e órgãos competentes. No entanto, há casos em que, por conta da distância, os moradores acabam matando os animais antes.
Foi a partir disso que o biólogo Marcos Fernandes viu a necessidade de criar uma iniciativa voluntária, não só para resgate, mas também para educar as pessoas diante do aparecimento de animais peçonhentos.
O projeto ‘Biólogo em Ação’ foi criado em 2018 para fazer o resgate e educar as pessoas para que não matem os animais. “[Cobras] é um bicho que, por falta de conhecimento, muita gente tem medo, tem pânico, se apavora. Alimentado de muitos mitos, histórias e crendices, esse é um grupo que as pessoas matam muito” explica.
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Quando Marcos é solicitado para fazer o resgate, ele vai ao local fazer o manejo do animal, explica sobre educação ambiental e depois faz a soltura do animal em um local seguro. Durante os mais de cinco anos de projeto, Marcos revela que já fez resgate em torno de 750 de animais silvestres.
O que fazer em caso de picada?
Em 2023, o Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) registrou 110 casos de picadas por cobras. Em caso de picada é importante saber quais os primeiros socorros que devem ser realizados após o acidente. Veja a seguir:
- Lavar o local da picada apenas com água e sabão;
- Manter o paciente deitado e hidratado;
- Procurar o serviço médico mais próximo; e
- Se possível, levar o animal ou tirar foto do animal para identificação.
*Por Mateus Santos, do g1 Rondônia