Amazônia de extremos: enchente no Acre e estiagem em Roraima mostram contrastes climáticos

Enquanto no Acre o governo decretou emergência em 17 cidades por causa de enchentes de rios e igarapés, também reconheceu situação de emergência em nove municípios roraimenses devido estiagem.

A Amazônia é uma região que contrastes climáticos são percebido de acordo com a vazante e enchente dos rios todos os anos. Sob os efeitos das mudanças climáticas e do El Niño, enquanto o governo do Acre decretou, dia 25 de fevereiro, situação de emergência para 17 municípios atingidos pelas enchentes causadas por rios e igarapés, o governo federal reconheceu nesta segunda-feira (26) situação de emergência em nove municípios de Roraima devido aos efeitos da estiagem. 

O decreto no Acre foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado e abrange as cidades de Assis Brasil, Brasileia, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Porto Acre, Porto Walter, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Tarauacá, Xapuri e a capital, Rio Branco. A medida tem duração de 180 dias.

Na mesma edição extra, as prefeituras de Brasileia, Epitaciolândia, Plácido de Castro e Tarauacá declararam suas situações de emergência. Já o município de Jordão, onde 80% da zona urbana está alagada, foi decretado estado de calamidade pública.

Em todo o Estado mais de seis mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Em Xapuri, por exemplo, cidade natal do líder seringueiro Chico Mendes, o manancial começou a invadir a cidade chegando até a estátua no centro da Praça São Sebastião. Neste domingo (25) às 9h, o nível estava em 13,90 metros, 50 centímetros acima da cota de transbordo de 13,40 metros.

Assis Brasil. Foto: Reprodução/Asscom Prefeitura de Assis Brasil

Já em Roraima, o governo federal reconheceu nesta segunda-feira (26) situação de emergência em nove municípios devido aos efeitos da estiagem. A portaria foi emitida por meio do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional e da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.

O reconhecimento permite a mobilização de recursos federais para enfrentar os efeitos da estiagem. Os municípios são Amajari, Alto Alegre, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Normandia e Uiramutã. No último sábado (24), o governo estadual decretou a situação de emergência nos municípios. 

Rio branco, principal rio de Roraima, em fevereiro de 2024. Foto: Neuzelir Moreira/Secom-RR

Atualmente, o Estado enfrenta o período de seca, agravado pelo fenômeno El Niño. Entre os problemas trazidos pela estiagem estão a seca do rio Branco, responsável pelo abastecimento em Roraima, e a propagação de incêndios e queimadas.

“Estou conversando pessoalmente com os governadores Gladson (AC) e Denarium (RR), bem como com prefeitos de municípios dos dois estados. Estamos prontos para reconhecer sumariamente as situações de emergência e auxiliar os governos locais na elaboração dos planos de trabalho que irão definir as ações a serem apoiadas pelo governo federal”, 

disse o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil Wolnei Barreiros nas redes sociais.

Atualmente, o estado enfrenta o período de seca, agravado pelo fenômeno El Niño. Por conta disso, incêndios e queimadas tendem a se espalhar com facilidade. No ranking de municípios com o maior número de focos de calor no mês de fevereiro, todos são de Roraima, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). No mesmo mês, Roraima bateu o recorde da série histórica monitorada desde 1999.

*Com informações de Aline Nascimento e Yuri Marcel, do g1 Acre, e de Samantha Rufino e Ester Arruda, do g1 Roraima

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