Amazonas reduz em 77% exploração ilegal de madeira e aumenta manejo madeireiro em 91%

Do total de 50.448 hectares de floresta explorada no estado, apenas 4.303 ha ocorreram de forma não autorizada.

O Amazonas registrou uma redução de 77% na exploração ilegal de madeira entre agosto de 2021 e julho de 2022. Segundo os dados do Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), publicados pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam). Do total de 50.448 hectares (ha) de floresta explorada no Estado, apenas 4.303 ha ocorreram de forma não autorizada.

No ciclo de análise anterior (2020-2021), 12.879 ha de floresta haviam sido extraídos ilegalmente, o que representa 86% do total de desmatamento durante o período. O aumento da exploração madeireira legal em 91% no novo ciclo se deu, entre outros fatores, pelas revisões da resolução estadual que regula a atividade florestal no Amazonas.

Amazonas reduz em 77% exploração ilegal de madeira. Foto: Marcello Casal Jr/Arquivo Agência Brasil

Por meio do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Cemaam), em 2022, foram atualizados os critérios para elaboração dos Planos de Manejo Florestal Sustentável (PFMS) de menor e maior impacto de exploração nas florestas nativas do Amazonas. Para o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, esse resultado representa uma vitória para a sustentabilidade e para redução da exploração desenfreada no Estado.

“Essa reversão dos dados para o positivo tem relação direta com as ações tomadas pelo Sistema de Meio Ambiente do Estado. O Cemaam teve papel muito importante nesse direcionamento, porque os novos critérios criados em 2022 permitem que os planos de manejo priorizem a divisão de exploração em menores unidades de área, o que evita a destinação dos espaços já explorados para outras finalidades que não estão contempladas no manejo”, 

explicou.

Os planos de manejo são sistemas de utilização da madeira florestal que respeitam o ciclo da natureza local, visando maximizar a produção florestal e minimizar os danos da floresta explorada. As retiradas são feitas respeitando o tempo de regeneração da fauna, ou seja, não comprometendo o meio ambiente, gerando economia sustentável.

Amazonas aumenta manejo madeireiro em 91%. Foto: Divulgação/Sema AM

Simex 

O Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira é uma ferramenta de monitoramento da Amazônia baseada em imagens de satélites, desenvolvida pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), para avaliar Planos de Manejo Florestais e mapear áreas submetidas à exploração madeireira na região.

Em 2020, foi constituída a Rede Simex, integrada atualmente por Imazon, Idesam, Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), e Instituto Centro de Vida (ICV). 

Dados florestais

Os dados utilizados para avaliar a legalidade das explorações de madeira no estado foram obtidos por meio do Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor) pela plataforma do Sistema Compartilhado de Informações Ambientais (Siscom).

Para cada extração madeireira mapeada, foi verificada a existência de licença para Plano de Manejo Florestal Sustentável que apresentasse validade em conformidade com o período de análise do trabalho, de agosto de 2021 e julho de 2022. 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Desafio anual: relatos de moradores do sul do Amazonas ao enfrentar o verão amazônico

O cenário é reflexo do aumento geral dos focos de calor na Amazônia Legal, apesar da redução no desmatamento, o que sugere que as queimadas continuam a ser uma prática preocupante na região.

Leia também

Publicidade