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Quinta, 02 Mai 2024

Solução à base de urucum é criada no Amapá para substituir corante no Papanicolau

Solução substitui a corante sintética usada no exame de PCCU. Foto: Edilson Leal/Arquivo Pessoal

Pesquisadores do curso de farmácia da Universidade Federal do Amapá (Unifap) desenvolveram uma solução à base de ucurum da Amazônia para tornar o exame de Papanicolau, o PCCU, mais barato. O objetivo é substituir o corante sintético usado no exame de diagnóstico do câncer de colo de útero. Segundo os pesquisadores, o corante é prejudicial tanto para o meio ambiente, quanto para os profissionais de saúde.

Durante o exame de Papanicolau, é coletado um material do colo uterino com uma lâmina. Depois dessa coleta, a substância passa pelo corante para detecção de anormalidades que possam levar ao desenvolvimento do câncer de colo do útero.

O Orange G é o corante usado para tornar as células colhidas durante o PCCU transparentes. Após a clarificação feita pelo corante, as células podem ser analisadas.

Comparação entre o Orange G e o Extrato Etanólico de B. Orellana (Corante de Urucum). Foto: Edilson Leal/Arquivo Pessoal

A solução desenvolvida promete reduzir o tempo de coloração e a quantidade de álcool etílico no processo de coloração do exame. O urucum vai substituir o Orange G.

O produto é a primeira patente concedida à Unifap pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Até a concessão foram sete anos de pesquisa. A solução é fruto da tese de doutorado do mestre Edilson Leal da Cunha, com orientação do professor doutor José Carlos Tavares.

"É um produto da biodiversidade brasileira que traz uma contribuição muito importante para a área de farmácia. A Universidade tem um produto que é barato, não dá trabalho para preparar e pode ser colocado no mercado de forma bem tranquila", destacou Edilson Leal.

A Amazônia, de acordo com os pesquisadores, é um dos maiores produtores de urucum do mundo, sendo o Brasil um dos três maiores produtores. Com 20 gramas de sementes é possível preparar 13 litros de corante.

Para o orientador do projeto, o professor doutor José Carlos Tavares, a descoberta não contribui apenas com a evolução da farmacologia, mas também com a pesquisa na Amazônia.

Urucum

O urucum é uma fruta popular, utilizada para diferentes finalidades, como coloração de comida, pinturas indígenas e chás. O fruto vem do urucueiro, que pode atingir seis metros de altura.

Leia também: Ancestralidade indígena: conheça as diversas utilidades do urucum

O material, segundo os inventores, está pronto para o uso farmacêutico, sendo o seu maior diferencial o baixo custo. Existe uma tratativa em andamento com as indústrias de farmácia para produção e comercialização corante de urucum, mas ainda não há uma data.

*Por Mariana Ferreira, do g1 Amapá 

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