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Sábado, 27 Abril 2024

Projeto cria primeira xiloteca em Imperatriz, no Maranhão

O projeto de implantação de uma xiloteca no Maranhão foi desenvolvido durante o ano de 2023, orientado pelo professor de Engenharia Florestal Joabel Raabe, com as parcerias da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e grupo Arboris.

A xiloteca é um acervo de madeiras que disponibiliza um banco de informações sobre espécies/gêneros de determinadas regiões, especialmente da região amazônica. As amostras da coleção têm a finalidade de subsidiar informações para uso acadêmico ou ainda ser utilizada como ferramenta para órgãos ambientais e fiscalizadores. 

Foto: Divulgação/Ascom UEMASUL

As atividades do projeto, realizadas no Laboratório de Anatomia e Tecnologia da Madeira (LATECMA) do Centro de Ciências Agrárias (CCA), foram divididas em cinco etapas: 

1. Aquisição das amostras e identificação dos gêneros/espécies; 

2. Padronização das amostras e identificação; 

3. Armazenamento das amostras; 

4. Catalogação das espécies (digital);

5. Confecção de caixas de amostras. 

Participaram do desenvolvimento do projeto as acadêmicas de Engenharia Florestal voluntárias Bárbara Vieira dos Santos e Izabela Rabelo da Silva Vieira e o bolsista Argel Costa Souza.

"Foi uma das mais enriquecedoras experiências tanto no âmbito profissional quanto pessoal, que já vivenciei. Destaco, em especial, a significativa melhoria na minha habilidade de comunicação, seja com o público em geral, instituições ou indivíduos. Participar de um projeto tão relevante para a área em que pretendo atuar, que é a Anatomia e tecnologia da madeira e contribuir para a criação da primeira xiloteca na cidade de Imperatriz é motivo de grande alegria para mim. A colaboração em equipe e a tomada de decisões durante o processo foram aspectos que tornaram a experiência ainda mais incrível", comenta Argel. 

As amostras de madeira foram disponibilizadas e doadas pela PRF, provenientes de apreensões quando eram transportadas ilegalmente pelas rodovias do Maranhão. Os gêneros/espécies de madeiras, em sua maioria são de origem amazônica e de grande importância ecológica e econômica para o setor florestal. 

As amostras estavam sem padrão definido, dificultando o manuseio e o armazenamento. O projeto padronizou as amostras permitindo um melhor armazenamento, viabilizando a sua utilização didática.

Foram doadas o equivalente a 162 amostras de madeiras de dimensões variadas que após padronizadas totalizaram 635 amostras, mas apenas uma amostra de cada gênero/espécie botânica encontra-se no acervo da xiloteca, totalizando 28 peças. A padronização das amostras foi realizada com o apoio do serviço de carpintaria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

Foto: Divulgação/Equipe do projeto

Foi identificado e quantificado um total de 23 gêneros e cinco espécies agrupadas em 12 famílias: Anacardiaceae, Bignoniaceae, Caryocaraceae, Combretaceae, Fabaceae, Lamiaceae, Lauraceae, Lecythidaceae, Malvaceae, Moraceae, Sapotaceae e Vochysiaceae.

Para o professor Joabel Raabe, a implantação da xiloteca é de extrema importância para a região. "Considerando que somos o único curso de Engenharia Florestal do Estado e que estamos em uma região de grande relevância ambiental, a xiloteca foi criada para dar suporte ao curso e servirá de apoio ao ensino, extensão, pesquisa e inovação. Além disso, também poderá ser utilizada por outras instituições que necessitem de informações a respeito de madeira de gênero/espécies que transitam em nossa região.

Ele reforçou ainda que o início da xiloteca mostra um pouco a diversidade das espécies. 

"É importante salientar que estamos iniciando com um pequeno acervo, mas que já reflete um pouco da enorme diversidade de madeiras comerciais existentes em nossa região, proveniente na sua maioria de um bioma muito ameaçado, e temos a plena consciência que o número de amostras pode ser facilmente aumentado e com isso novas oportunidades poderão surgir".

Além das amostras físicas, foi elaborado um e-book com informações dos gêneros/espécies, classificação botânica, características gerais, e principais propriedades anatômicas, químicas, físicas e mecânicas. Essas informações foram extraídas de livros, artigos, dissertações, teses, sites e aplicativos.

Também foram construídas pequenas caixas contendo amostras de madeira devidamente identificadas. Cada caixa tem um código de QR Code, que possibilita o acesso digital das informações de cada gênero/espécie. As caixas serão doadas a instituições públicas de ensino que mostrarem interesse em utilizá-las como material de apoio didático de componentes curriculares que tenham a madeira como um de seus materiais de estudo. 


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