Pesquisadores da Embrapa descobriram que a polpa da goiaba pode substituir até 75% da ração. Produto foi bem aceito e pode reduzir custos para os produtores de peixe.
Que peixe criado em tanque se alimenta de ração, isso todo mundo sabe, mas do que essas rações são feitas? A maior parte das rações ofertadas no mercado é feita de milho e outras commodities, mas recentemente, uma pesquisa da Embrapa descobriu que o resíduo da polpa de goiaba pode substituir um desse produtos e ser usada na alimentação de juvenis de tambaqui.
Durante o desenvolvimento do projeto, os pesquisadores alimentaram os peixes com rações experimentais por 60 dias. Os juvenis de tambaqui eram alimentados duas vezes por dia.
Como resultado, os pesquisadores descobriram que a substituição, feita em até 75% da ração, foi bem aceita e pode reduzir custos para os produtores de peixe.
O tambaqui é uma espécie onívora, ou seja, na natureza, consome alimentos de origem vegetal, como frutos e sementes, e alimentos de origem animal, como insetos, zooplâncton e caramujos, entre outros.
De acordo com a pesquisa, essa característica torna o tambaqui uma espécie facilmente adaptável à alimentação com base em rações completas, especialmente com uso de ingredientes vegetais.
A polpa da goiaba foi escolhida já que é um ingrediente não convencional que pode atender aos principais quesitos necessários na produção de ração:
– Atende às fábricas, já que a agroindústria tem quantidade suficiente do produto;
– Possui qualidade nutricional adequada para substituir o milho, o farelo e o óleo de soja;
– Não sofre com a sazonalidade.
Mas, como nem tudo são flores, os pesquisadores Jony Dairiki e Cheila Boijink, responsáveis pelo projeto, encontraram deficiências no produto, como o elevado nível de fibra bruta, que pode proporcionar um ganho de peso inferior aos peixes alimentados com 100% de substituição.
Para tentar mitigar essa deficiência, os pesquisadores acreditam que as rações podem ser melhor balanceadas, usando, por exemplo, o farelo de soja, que ajuda a potencializar a polpa de goiaba.
*Por Thaís Nauara, do g1 Rondônia