O projeto monitorou a ocorrência de epífitas em florestas de igapós (vegetações que são periodicamente alagadas pelas cheias dos rios).
Pesquisadores catalogaram em diversos locais da Amazônia a ocorrência de 106 espécies, 50 gêneros, 17 famílias e mais de 4.690 amostras de epífitas, grupo de plantas que utilizam as árvores como suporte para fixação e não dependem do solo em nenhuma fase do seu ciclo de vida. Entre as representantes mais conhecidas na natureza estão as bromélias e as orquídeas.
O projeto, que elaborou um banco de dados de epífitas na Amazônia, monitorou a ocorrência dessas plantas em florestas de igapós – vegetações que são periodicamente alagadas pelas cheias dos rios – localizadas no Parque Nacional de Anavilhanas, no Parque Nacional do Jaú, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé e no arquipélago de Mariuá.
De acordo com o coordenador do projeto e doutor em biologia, Adriano Quaresma, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o estudo realizou o maior levantamento florístico de epífitas em um mesmo ecossistema florestal da Amazônia, o que preencheu uma lacuna gigantesca sobre o conhecimento desse importante grupo de plantas em matas de igapó.
“As epífitas possuem importância fundamental na manutenção da diversidade biológica e onde são encontradas, pois proporcionam recursos alimentares e microambientes especializados para a fauna”,
destacou o pesquisador.
Abundância
Representando 10% da flora do planeta, as epífitas possuem mais de 30.000 espécies em todo o mundo. Na Amazônia, são registradas mais de 5.580 espécies.
Apesar de tanta abundância na natureza, ainda há poucas informações sobre esse grupo de plantas. Por isso, a importância de estudar e conhecer mais, explica o pesquisador. “Este projeto representou um primeiro e essencial passo para desvendar padrões e processos de epífitas em escala biogeográfica amazônica”, disse.
Equipe e apoio
O projeto ‘Florística e ecologia de comunidades epifíticas em florestas de igapó da Amazônia: ferramentas para a conservação’ foi conduzido com a participação de 30 pesquisadores, incluindo alguns de fora do Brasil.
Iniciado em 2019, o estudo foi concluído em 2022 por meio do fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), disponibilizado via Programa de Apoio à Fixação de Doutores no Amazonas (Fixam).
O programa estimula a fixação de recursos humanos com experiência em ciência, tecnologia e inovação e/ou reconhecida competência profissional em instituições de ensino superior e pesquisa no Amazonas.