Inpa e CMA firmam protocolo de intenções para pesquisas na área de fronteira da Amazônia

O apoio às pesquisas do Inpa por parte do Exército, que muitas vezes é a maior presença do Estado brasileiro nessas regiões, entrará no compartilhamento de estruturas e logísticas, entre as quais “dar caronas” para os cientistas chegarem às áreas de coleta.

O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Henrique Pereira, e o comandante do Comando Militar da Amazônia (CMA), general Costa Neves, assinaram um protocolo de intenções para apoiar pesquisas em áreas subamostradas da Amazônia, como as regiões de fronteira do Alto Rio Negro. O objetivo é reduzir as lacunas do conhecimento da biodiversidade amazônica, com projetos iniciais na área de coletas botânicas.

A assinatura do documento aconteceu no Inpa em 29 de abril. O instrumento tem validade de cinco anos, podendo ser prorrogado. Nele, as instituições formalizam o interesse mútuo de empenhar esforços para o desenvolvimento de iniciativas de intercâmbio e cooperação acadêmica na área de ensino, pesquisa e extensão. Os próximos passos são acordos específicos com seus respectivos planos de trabalho. 

Foto: Cimone Barros/Ascom Inpa

O CMA conta com estrutura logística e alta capilaridade na Amazônia Ocidental. Atua em cerca de 25% do território nacional, tem cerca de 20 mil homens e mulheres, 23 Pelotões Especiais de Fronteiras, além de outras unidades. Em 2023, o CMA fez apreensões avaliadas em 780 milhões de reais. 

O apoio às pesquisas do Inpa por parte do Exército, que muitas vezes é a maior presença do Estado brasileiro nessas regiões, entrará no compartilhamento de estruturas e logísticas, entre as quais “dar caronas” para os cientistas chegarem às áreas de coleta.

“Vamos fazer algo diferente. Vamos buscar interagir e cooperar com as organizações militares, em especial com os pelotões de fronteira e envolver as populações locais, formadas por diferentes etnias indígenas. Então, indígenas e pessoal do Exército vão somar seus esforços ao Inpa na produção do conhecimento científico sobre a região. E, como reafirmado pelo general Costa Neves, o conhecimento científico também deve estar na base da soberania brasileira nessa parte do Brasil”,

destacou Pereira.

Visitação no Bosque da Ciência. Foto: Pedro Felipe/Ascom Inpa

De acordo com o general Costa Neves, é um orgulho estar junto do Inpa, apoiar o desenvolvimento da ciência e tecnologia e poder crescer como nação. “Sem dúvidas, temos grandes oportunidades de nos complementar e fazer com que todos sejam beneficiados, principalmente o povo da Amazônia, a ciência e tecnologia, os avanços que temos de implementar na região. O CMA está muito satisfeito com essa possibilidade, e tenho convicção de que bons projetos sairão dessa colaboração”, ressaltou.

Além de participar de uma apresentação institucional no prédio da Diretoria do Inpa, a delegação do CMA fez uma visita ao Bosque da Ciência, passando pela área do peixe-boi, ariranha e Casa da Ciência. Mais de 20 militares conheceram parte das instalações do Instituto, um dos mais importantes centros de pesquisas da Amazônia. Nos últimos anos, o Inpa recebe a visita de alunos-oficiais do Curso Superior de Defesa da Escola Superior de Guerra (ESG), quando realizam a viagem de estudos à região.

Por parte do Inpa, participaram da reunião o líder do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), Alberto Vicentini, designado gestor do protocolo de intenções; o chefe de Gabinete, Jorge Porto; a coordenadora-geral de Pesquisa, Capacitação e Extensão, Sônia Alfaia; o curador do Herbário, Mike Hopkins, e a coordenadora substituta do foco em Sociedade, Ambiente e Saúde, Francisca Souza.

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