Higienizador para profissionais da Saúde é desenvolvido em universidade no Mato Grosso

O produto recebeu o depósito da patente e espera a concessão para o desenvolvimento de exemplares e testes práticos.

Após cinco anos de pesquisas e estudos sobre a rotina da higiene das mãos pelos profissionais de Saúde, professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com o apoio do Escritório de Inovação Tecnológica (EIT), desenvolveram a pulseira interativa com higienizador de mãos e dispenser de parede.

Elaborada pelos docentes das Faculdades de Enfermagem (FAEN) e da Arquitetura, Engenharia e Tecnologia (FAET), o produto recebeu o depósito da patente e espera a concessão para o desenvolvimento de exemplares e testes práticos.

O projeto iniciou em 2017, com a pesquisa ‘Estratégia multimodal para adesão dos trabalhadores à higiene das mãos’, e durante as investigações, foi identificada baixa adesão dos profissionais à higiene das mãos (HM).

“Os desfechos evidenciaram que muitos fatores colaboram para a baixa adesão dos profissionais à HM, sendo os principais deles relacionados à própria infraestrutura das unidades de saúde, que muitas vezes não oferece condições adequadas para a higiene no contexto laboral”, explica uma das inventoras da pulseira, a professora Marília Duarte, da Faculdade de Enfermagem (FAEN)

Foto: Reprodução/UFMT

Depois de coletar dados que denunciavam a realidade, a professora conta que começou a investigar quais possibilidades de mudança seriam possíveis. “Comecei a questionar sobre o que poderia ser feito para aumentar a adesão dos profissionais de saúde à higiene das mãos. Como profissional de saúde que sou, observando os alunos e outros profissionais durante as imersões práticas, não parava de me questionar sobre um produto que facilitasse a HM pelos profissionais e ao mesmo tempo, prezasse pela qualidade da técnica”, compartilhou.

“Acredito muito que, somados aos resultados das investigações, poder vivenciar constantemente o problema na prática clínica foi um elemento fundamental para que eu pudesse ter o insight acerca do produto e sua criação, destacando sua aplicabilidade e funcionalidade. No entanto, sem as parcerias que tive nesse processo e a interdisciplinaridade, acredito que essa criação não seria possível”, continuou.

Trabalho Interdisciplinar

Para a criação da pulseira interativa e do dispenser de álcool foi preciso projetá-los, levando em consideração a estética, engajamento, praticidade e funcionalidade. Tarefas desenvolvidas em parceria com os professores Raoni Florentino da Silva Teixeira e Maurício Guimarães de Oliveira, da FAET, e com alunos de graduação e pós-graduação da UFMT, como também, com profissionais de saúde envolvidos nas pesquisa, que contou ainda com o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT).

“É impressionante como a interdisciplinaridade é essencial para a solução de problemas na comunidade e por consequência, se faz imprescindível no âmbito acadêmico. Considero que nossa união de esforços foi capaz de dar o primeiro passo: ter o depósito da patente realizado. Acredito que esse tenha sido um grande aprendizado.”, destaca a professora.

“Também vejo como responsabilidade do pesquisador responder às necessidades e aos problemas encontrados e tentar, de alguma forma, minimizá-los ou solucioná-los. Por isso, creio que nossos sentimentos, de todos os envolvidos, sejam de gratidão e de energias renovadas para um longo processo que ainda nos espera até a testagem da eficácia do produto e futura utilização pelos profissionais de saúde”, conclui a docente.

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