Horror à moda antiga: O Homem nas Trevas

A nova onda de filmes de terror inteligentes e de baixo custo vem novamente desafiar os grandes estúdios com uma fórmula que troca o excesso de litros de sangue e sofisticados, por vezes nem tanto, efeitos especiais pelo bom suspense à moda antiga.

Foto: Divulgação

O homem nas trevas, do qual j’a esta em cartaz nas grandes salas de cinema de Manaus, aposta e acerta em entreter o público com base em uma boa trama, sabendo explorar seus personagens e o ambiente onde estão contidos. O filme que vinha com um forte “boca a boca” vem ganhando impulso à medida que críticos exaltam sua criatividade e pela exclusão dos recursos de terror habituais.

Na década de 80, Wes Craven e o mestre John Carpenter produziram películas que viraram tendências. Corrente do mal teve forte influência disto e até conseguiu uma boa aceitação por apresentar ao expectador uma trama bem arquitetada onde transformou um clichê, adolescentes ameaçados por uma força sobrenatural, em algo mais original.

O homem nas trevas é o segundo longa do diretor uruguaio Federico Álvarez depois do remake do clássico do terror A Morte do Demônio, lançado em 2013.

Com orçamento de US$ 10 milhões, o longa mostra jovens que invadem a casa de um homem cego (Stephen Lang) com o objetivo de roubar dinheiro de uma indenização, que ele recebera depois do atropelamento e morte de sua filha em quantia que pode passar de R$ 300 mil. Os assaltantes contam com a dor da perda da filha, características físicas e a vida cada vez mais solitária como fator positivo a sua empreitada, mas logo percebem que a execução de seu plano de roubo não será nada fácil.

O filme toma outras proporções nos fazendo questionar e a dividir inicialmente opiniões sobre quem é vitima e algoz.

A criatividade é um ponto a se destacar, mas como dito no início O Homem nas Trevas ganha mesmo quando aposta no suspense e o diretor mostra serviço ao colocar os invasores acuados e tentando se esconder de um homem cego. O mais interessante é ver como cada persona consegue tirar vantagem de suas habilidades para alcançar seus objetivos, inicialmente roubo e proteção do bem material, em um bom jogo de gato e rato, nesse sentido, a cena no porão às escuras é a melhor das sacadas para referenciar isto. Mesmo os clichês do gênero, o susto por meio de sons de trilha ou elevações de sons quase que do nada, no longa é convertido em um momento que exige silêncio absoluto onde um mero vibrar de celular catalisa em uma ação reflexiva que fez a plateia pular da poltrona.

Stephen Lang esta muito bem no papel de homem cego e defensor de seu lar, o peso de sua atuação e mesmo a intensidade física que ele impõe em suas cenas no longa merecem ser citados onde talvez um outro ator não teria presença tão marcante.

Álvarez conseguiu quase US$ 100 milhões com A morte do demônio ( particularmente não esta entre minhas preferências) e vem se firmando na realização deste tipo de filme.

Terror nunca foi sustos e sobressaltos, mas suspense.Gosto de muitas coisas e queria trazê-las para O homem nas trevas: uma era o suspense; a outra, a dúvida moral dos personagens, afirma o cineasta.

O fato do roteiro tender mais para um lado como vilão ao invés de balancear os dois lados tornando a história mais complexa pode ser um item negativo do filme, mas que em nada desmerece a sua qualidade.

Nota: 8.0

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Instituto amazonense cria rede internacional de colaboração na Amazônia

As principais linhas de atuação da Rede Amazônica de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade irão girar em torno da troca de experiências e conhecimento entre as organizações internacionais.

Leia também

Publicidade