O aplicativo para celulares Afromap é uma vitrine de empreendimentos comandados por negros baseada na geolocalização
Um grupo de empreendedores e pesquisadores negros da Amazônia lançam o aplicativo para celulares Afromap, ferramenta que vem sendo desenvolvida desde 2019 para ser uma vitrine de empreendimentos comandados por negros baseada na geolocalização. A novidade no mercado gera um mapa que permite ao usuário se cadastrar ou encontrar esses empreendimentos, estimulando conexões e facilitando a promoção de negócios. O aplicativo será apresentado nos dias 8 e 28 de março, em um festival on-line e gratuito nas plataformas do projeto.
O Afromap já conta com 160 empreendimentos cadastrados. Ao longo de onze meses, a ferramenta foi testada e redesenhada em pontos identificados para aperfeiçoamento. O trabalho culminou em uma versão atualizada do aplicativo, de interface moderna, segura e intuitiva, que dinamiza a conexão entre empreendedores/clientes e impacta beneficamente na geração de renda do setor – o mais afetado pela pandemia.
“O Afromap se baseia no fato de que o Pará é o estado do Brasil onde mais pessoas se autodeclaram negras, porém a representatividade delas ocupando atividades criativas e produtivas ainda é baixa. Nesse sentido, um aplicativo que promove conexões busca romper a lógica do isolamento historicamente engendrado pelo racismo, aumentando as chances de desenvolvimento da população negra na Região Amazônica”, destaca Rayo Machado, uma das coordenadoras da iniciativa.
O lançamento da ferramenta será celebrado no Festival Afromap: arte, empreendedorismo, tecnologia e inovação. A programação conta com debates, rodas de conversas, músicas, performances, cursos, workshops e feira de produtos do empreendedorismo negro.
“Almejamos com esse festival poder ampliar o alcance de afroempreendedores e artistas paraenses através da formação, das tecnologias sociais e digitais e da arte, bem como conectar a potência da diversidade cultural negra da Amazônia ao mundo”, conta Bruna Raiol, também da coordenação do app.
Segundo a pesquisa sobre o impacto da crise sanitária nos empreendimentos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), pretos e pardos com empresas fechadas ou negócios interrompidos durante a pandemia da covid-19 somam 18%, enquanto brancos correspondem a 15%.
O aplicativo é uma iniciativa do Festival Exú, coletivo que desde maio de 2019 mapeia os afroempreendimentos Região Metropolitana de Belém, e tem o apoio do edital de festivais integrados da Lei Aldir Blanc do Pará.