Exportações de produtos do Amazonas registram queda de 25%

O volume de exportação dos produtos amazonenses apresentou redução de 25,84% no período de janeiro a agosto deste ano, em comparação a igual período de 2015, segundo dados da Secex. Nos oito primeiros meses deste ano o Estado exportou US$ 389,2 milhões contra US$ 524,9 do mesmo período ano passado. Nos sete primeiros meses do ano o índice negativo foi de 23,92%. Entre os cinco principais países compradores do Estado, somente a Colômbia e a China apresentaram números positivos.

Em agosto o Amazonas teve maior queda nas comercializações com a Argentina, com saldo negativo de 21,80%. Enquanto nos sete primeiros meses de 2016 a variação foi de 12,83%. Segundo os empresários, a redução foi motivada pelas barreiras comerciais impostas pelo governo argentino. O governo brasileiro deve se reunir nos próximos dias com os representantes vizinhos para tentar revitalizar as negociações internacionais.
Na avaliação do gerente executivo do Centro Internacional de Negócios (CIN-AM) departamento da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), José Marcelo Lima, as recentes medidas econômicas adotadas pelo novo governo argentino têm dificultado as comercializações tanto com o Brasil como com os demais países. Logo, os resultados negativos refletem nos números das exportações amazonenses.
Segundo Lima, somado aos entraves ligados às relações comerciais, está a redução na demanda do comércio argentino. O Amazonas envia produtos eletroeletrônicos e também do segmento de duas rodas para o país vizinho.
“O governo argentino está adotando uma série de medidas com o intuito de fomentar as exportações argentinas. Porém, estão impondo barreiras para que as importações aconteçam. Há uma série de restrições quanto a cobrança de tributos. Houve queda nas exportações e o Amazonas sofreu o reflexo. Isso está aliado à redução na demanda pelos produtos que exportamos para a Argentina”, explicou.
Com a Argentina, de janeiro a agosto deste ano o Amazonas faturou US$80,6 milhões com redução de 21,8% nas exportações. Enquanto de janeiro a julho de 2016 o Estado contabilizou US$72,1 milhões com variação negativa de 12,83%. Em comparação aos oito primeiros meses de 2015, o faturamento do Estado foi de US$103,1 milhões com crescimento de 19,65%.
“Recebemos um comunicado da Confederação Nacional da Indústria (CNI) informando que uma comitiva do Brasil vai à Argentina para discutir sobre os acordos comerciais na tentativa de revitalizar as negociações estrangeiras”, informou Lima.
A Colômbia teve o terceiro melhor desempenho no volume importado do Amazonas. Até o mês de agosto os colombianos compraram US$64 milhões. No mesmo período de 2015 o faturamento foi de US$52,4 milhões. A variação foi de 22,09%. Conforme o gerente do CIN, o mercado colombiano está reaquecendo e apresenta uma economia estável, o que favorece as comercializações com o Amazonas.
“A valorização da moeda e a economia em crescimento resulta no aumento do volume de negócios exportados e importados. A questão do cessar-fogo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) deve impactar positivamente ainda mais até o final deste ano”, disse Lima.
A Colômbia compra concentrados para o preparo de bebidas e material eletroeletrônicos do Polo Industrial de Manaus (PIM). O Amazonas ainda exportou US$24,8 milhões à China até o último mês, com uma variação positiva de 144,23%. Em igual período de 2015 o faturamento foi de US$10,1 milhões.
Importações menores acompanham o PIM
Devido à menor produção do PIM, o Estado também está importando menos. Países como China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Taiwan, Japão, dentre outros, apresentaram menores índices de compra do Amazonas.
Houve exceção para o Uruguai, a Arábia Saudita e o Peru. Na avaliação do conselheiro do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), Marcus Evangelista, a menor importação está relacionada à menor produção do polo industrial.
“O PIM ainda sofre o efeito crise econômica com a menor produção e demissão em massa. Logo, a tendência foi reduzir o volume produzido e diminuir as compras de insumos importados utilizados para a fabricação. Com certeza, os países que tiveram índices positivos na importação não estão ligados à atividade industrial”, explicou.
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