Emprego tem aumento tímido em Manaus

MANAUS – O índice de emprego reagiu e apresentou variação positiva de 0,19% no mês de junho, em relação ao mês anterior, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (22) pela Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio-AM). De acordo com os dados, na comparação com junho do ano passado, o índice geral teve recuou de -0,64%, puxado principalmente pelo comércio de bens duráveis, que apresentou queda de 2,11%.

Em junho, tanto o faturamento (-0,55%) quanto as vendas brutas (-0,07%) apresentaram variação negativa na comparação com maio. O levantamento aponta ainda que, 60,7% das compras realizadas no comércio da capital amazonense no mês de junho, foram realizadas com pagamento à vista.

De acordo com o assessor econômico da Fecomércio, José Roberto Pereira, o tímido aumento no índice de emprego no mês de junho é visto como positivo pela entidade e mostra uma estabilidade no comércio varejista. “O relatório mensal mostra que o índice não caiu e alguns segmentos tiveram um

leve aquecimento nas vendas, como por exemplo, supermercados e calçados. Isso indica uma expectativa favorável, mas sem crescimento de bolha porque o setor se recupera lentamente”, afirma.

O economista complementa que o bom desempenho do comércio depende do nível de emprego, taxas de juros, oferta de crédito e variação do dólar. Conforme os dados, na comparação com junho do ano passado, o índice geral de emprego teve recuou de -0,64%, puxado principalmente pelo comércio de bens duráveis, que apresentou queda de 2,11%.

O índice de faturamento apresentou variação negativa em relação ao mês de maio de -0,55%, em parte, devido à queda de 9,24% no comércio automotivo e as vendas brutas caíram 0,07%, também puxado pelo segmento de automóveis, que teve recuo de 1,46%. Na comparação em relação a junho de 2015, os índices também ficaram no campo negativo, com queda de 3,16% e 2,35% respectivamente.

“Na análise geral, todos os ramos de atividades apresentaram variação negativa em seus indicadores em relação a junho do ano passado, sendo reflexo direto daquele momento de crise. Se o país está em recessão econômica, isso contribuirá para o resultado negativo”, justifica Pereira. Segundo o economista, o grande problema no setor é o elevado índice de inadimplência, que afeta o comportamento do comércio.

O levantamento aponta ainda que 60,7% das compras no comércio varejista de Manaus foram realizadas com pagamento à vista, sendo 28,8% por meio de cartão de crédito e 8,9% por outras formas de pagamento (convênio, cheque pré-datado, vendas a prestação e empenho). Na análise em relação aos grupos de atividade, observou-se que em todos predomina o pagamento a vista, com destaque para o comércio de bens não duráveis, com percentual de 77,8%.

Outros números da pesquisa

O índice de estoque apresentou variação positiva de 1,10%, quando comparado a maio deste ano, em parte, por conta do comércio de bens não duráveis, que subiu 3,61%. A única atividade do segmento que cresceu foi farmácias, drogarias e perfumarias com 9,61%. Em relação a junho do ano passado, o índice apresentou resultado negativo, com queda de 7,12%. O resultado foi por conta da queda de 12,85% no índice do comércio de bens duráveis. A atividade que mais teve recuo foi de informática com mais de 38%.

Já o índice da folha de pagamento teve alta de 0,13%, em relação ao mês passado. Na comparação com junho do ano passado, queda foi de 6,04%, puxado principalmente pelo declínio de 7,51%, no índice do comércio de bens duráveis. Além dos instrumentos musicais, as lojas de departamentos, cine-foto-som, óticas, informática, relojoaria e joalheria tiveram o mesmo recuo de 8,13%.

“O importante nesse indicador é a empresa está preparada para atender todos os clientes, sem imobilizar demais o seu capital, mas, ao mesmo tempo, ter estoques que possam garantir as vendas e repor os produtos para o consumo do dia a dia”, diz a pesquisa.

Cenário vive de expectativa

Segundo o economista, mesmo com o leve crescimento no mês de junho em alguns ramos de atividade, como os semiduráveis (vestuário com 0,92% e livraria, papelaria e material de escritório com 1,18%), as expectativas são boas para o setor que vive disso. “Alguns segmentos estão crescendo lentamente e no meu ponto de vista, com o sucesso das Olimpíadas e a decisão política brasileira vai despertar a volta do investidor e a geração de empregos. Tudo é uma reação em cadeia”, ressalta Pereira. Ele destaca ainda que, no caso do afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff, o governo que assumir terá de fazer reformas políticas e econômicas.

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