Crescimento da soja em Porto Velho: de 255 hectares plantados em 2005 para mais de 30 mil em 2022

Essa expansão da soja no município se dá por uma série de fatores, como a facilidade logística para o escoamento da produção, por ser mais próximo dos portos de embarque dos grãos para a exportação.

Por muito tempo, apesar de sua extensão territorial, Porto Velho registrava números inexpressivos na produção agrícola. Mas a realidade agora é outra e o município vem se consolidando como um polo de produção agropecuária de destaque. Uma das culturas que mais cresceu no município é a soja, com Porto Velho liderando a produção na Região Norte do Estado de Rondônia, com 112 mil toneladas do grão na safra de 2022, em uma área plantada de mais de 30 mil hectares. Os dados são do IBGE, através do Produção Agrícola Municipal (PAM).

Mas, para se chegar a esse número, o processo teve início de forma modesta em 2005, com o plantio em uma área de apenas 255 hectares e uma colheita de 765 toneladas. Na época, a área total plantada de todas as culturas no município somava 13.669 hectares.

Foto: Wesley Pontes

O volume de produção manteve-se entre 200 e 300 toneladas ao ano, até 2008. A partir de 2010, o plantio continuou com uma média inferior a 300 hectares plantados. Até que em 2015, houve o primeiro registro expressivo de crescimento da área plantada, atingindo 7.200 hectares e 20.880 toneladas colhidas. No total, o município tinha à época uma área plantada de 30.750 hectares, considerando todas as culturas.

No ano de 2019, a área plantada de soja atingiu 10.650 hectares, com uma produção de 20.889 toneladas. E desde então, os números de área plantada e de produção subiram exponencialmente, alcançando 31.100 hectares plantados em 2022, com 112.000 toneladas e um total de 66.018 hectares de área plantada (considerando todas as culturas) no município.

Entre 2018 e a safra de 2022, a área plantada cresceu 222%, registrando 31.100 hectares. Já a produção cresceu mais de 260%, com uma média de 3,6 toneladas por hectare. Comparativamente, a média nacional é de 3 toneladas por hectare. Em 2015, a média de produção por hectare em Porto Velho era de 2,9 toneladas.

Tão logo o IBGE consolide os dados de 2023, os mesmos serão divulgados, mas tudo indica um novo crescimento tanto na área plantada quanto na produção.

Foto: Wesley Pontes

Aposta

Essa expansão da soja no município se dá por uma série de fatores, como a facilidade logística para o escoamento da produção, por ser mais próximo dos portos de embarque dos grãos para a exportação.

Esse e outros fatores explicam a evolução gradual no cultivo da soja. É o que revela o diretor de Agronegócios do Grupo Rovema, Valdecir Ghedin:

“O fator principal do crescimento da soja no município de Porto Velho é sem dúvida a logística dos portos, tanto na entrega do grão para as trading, como no recebimento dos fertilizantes para o plantio”.

 

Ghedin também afirmou que o grupo empresarial enxerga a capital como uma grande oportunidade para o agronegócio. “É o maior em território e como a pecuária foi a responsável por aberturas de áreas para as pastagens no passado, temos muitas áreas degradas passível de recuperação, principalmente para plantio de grãos, aumentando a produtividade usando de tecnologias, trazendo consigo todo um portfólio de oportunidades que giram em torno do agro, como o transporte rodoviário e fluvial”.

Ele observou ainda que a chegada de grandes investimentos para o setor, deve provocar um aumento da procura por mão de obra qualificada. “Grandes empresas multinacionais se instalando por aqui, que dependem de mão de obra qualificada para diversos setores, isso é uma grande oportunidade para nossas instituições de formação técnicas e acadêmicas fazer parcerias , para manter nossos futuros empreendedores dentro do campo desenvolvendo cada vez mais o agro como um todo”.

Valdecir Ghedin avalia que a capital é um espaço ideal para investimentos. “Acredito que Porto Velho sem dúvida sempre será bom para investidores, pois somos a última fronteira agrícola do Brasil. Acredito plenamente que seremos um dos maiores entroncamentos para fornecer pro mundo afora, de toda a cadeias do agronegócio, via portos do Pacífico, como via rio Madeira até Itacoatiara (AM) e pela BR-319”.

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