Cresce o número de mulheres vítimas de violência durante distanciamento social no Amazonas

Com o crescimento do número de vítimas, a Aleam lançou campanha de combate à violência doméstica contra as mulheres na pandemia.

Os impactos do distanciamento social na vida das mulheres vítimas de violência doméstica, têm preocupado os deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que buscam intensificar campanha de combate à violência doméstica, familiar e ao feminicídio no Estado.

Presidente da Comissão dos Direitos da Mulher, e vice-presidente da Aleam, a deputada Alessandra Campêlo (MDB), propôs a criação da campanha contra violência doméstica. A ideia apresentada no plenário virtual é usar a força das redes sociais, para alertar a sociedade sobre a importância da denúncia pelo disque 180 ou 190.

Violência Contra a Mulher, denúncias ligar no 180. (Foto:Divulgação)

Ao reafirmar seu posicionamento em favor das mulheres e se unir aos órgãos públicos e sem fins lucrativos, na luta pela proteção do público feminino, a Casa Legislativa também pretende mostrar aos agressores o peso das Leis em vigor. “Essa campanha não é um desejo só meu, mas de todos os parlamentares e membros efetivos da Comissão da Mulher. Também temos o apoio do presidente da Casa, deputado Josué Neto, que sempre apoia todos os trabalhos dos colegas. Nossas mídias sociais têm um público muito grande e tem aumentado ainda mais com as transmissões ao vivo das Sessões on line”, enfatizou Alessandra, ao falar da constante adesão dos internautas às redes sociais da Assembleia do Amazonas.

Segundo o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Josué Neto (PRTB), a luta em defesa das mulheres deve ser uma postura de toda sociedade. “Não se admite que em pleno séc XXI mulheres de todas as classes sociais continuem sendo espancadas, humilhadas e até mortas. A Assembleia Legislativa e todos os colegas deputados repudiam veemente esse tipo de situação”, enfatizou Josué Neto.

Estratégia

“A intenção é utilizar todas as possibilidades da Comunicação da Assembleia para que a violência contra a mulher seja eliminada definitivamente e quem invadir essa possibilidade, pague o preço, conforme legislação em vigor”, acrescentou o diretor de Comunicação da Casa, jornalista Cláudio Barboza.

Denúncia rápida

Para facilitar o acesso e o entendimento do público sobre a página digital da Delegacia Interativa, a deputada Mayara Pinheiro (PP), enviou Indicativo ao Governo do Estado sugerindo mudanças na página www.delegaciainterativa.am.gov.br.

“Ao acessar a página você encontra logo no início links para registrar ‘acidentes de trânsito’, ‘abandono de lar’, ‘perturbação da tranquilidade’, etc. Eu proponho que acrescente o item ‘violência doméstica’, logo na primeira página, para facilitar o registro da ocorrência por parte das vítimas”, explicou a deputada.

Pandemia & Violência

A pandemia mundial pelo novo coronavírus forçou a reclusão das famílias em casa e, isso pode significar para milhares de mulheres um verdadeiro pesadelo físico e mental.

De acordo com psicólogo Manoel Diz, gerente de atendimento do Centro Médico da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), “esse confinamento e a superexposição a notícias ruins por parte da mídia, além do cenário de incertezas na economia acaba por colaborar com o adoecimento mental das pessoas, o que aflora os piores instintos. Muitos homens e mulheres estão desempregados e essa violência acaba por atingir principalmente mulheres e crianças”, analisou Manoel Diz.

A avaliação é confirmada por meio dos dados oficiais da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), que apontam aumento de 20% no número de Boletins de Ocorrência (BOs), com denúncias de violência contra a mulher, nos meses de março e abril em todo o Amazonas. Os BOs estão sendo documentados por meio da plataforma da Delegacia Interativa (DI).

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), no Brasil, mostrou que mulheres são mais sujeitas à informalidade do que homens e correspondem a mais de 90% dos trabalhadores domésticos, também mais vulneráveis em períodos de crise econômica. Cenário propício para o quadro de vulnerabilidade a agressões e dependência financeira dos parceiros.

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