Nos últimos cinco anos, 401 estrangeiros foram apresentados na sede da Polícia Federal no Amapá. Em Macapá, Casa Passagem recebe imigrantes em situação de vulnerabilidade social.
Nos últimos cinco anos centenas de imigrantes entraram no Brasil pela fronteira com a Guiana Francesa. No Amapá é perceptível a presença cada vez maior de estrangeiros nas ruas que pedem por dinheiro e emprego.
Milena Monert é cubana e veio para o Brasil no ano passado. Ela e seu marido saíram de Cuba para fugir das difíceis condições de vida no país, deixaram os dois filhos e familiares para conseguir trabalho.
“As condições em Cuba estavam muito complicadas, viemos para cá em busca de emprego, mas não conseguimos oportunidades. Em Macapá é muito difícil conseguir um emprego e se adaptar. Deixei no meu país de origem meus dois filhos e meus pais, e agora são oito meses tentando um trabalho”,
revela Milena.
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A Maria Raimunda Valente de Oliveira Damasceno é professora e voluntária na Cáritas, a Casa Passagem, e afirma que a maioria dos estrangeiros que chegam ao Amapá pela fronteira, entram no estado de forma ilegal.
“Eles acabam vindo buscar aqui refúgio, só que de forma ilegal. Em Oiapoque eles precisam passar pela Polícia Federal e se regularizarem em até 60 dias. Aqui na Casa Passagem acolhemos essas pessoas que precisam de ajuda, dinheiro, trabalho e lugar para dormir”, revela a professora.
Em janeiro, um idoso de 69 anos foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Oiapoque por transportar migrantes ilegais. Eles vinham da Guiana Francesa e possivelmente buscavam aqui melhores condições de vida. Esse caso é uma realidade quase que diária na fronteira entre o Brasil e o departamento ultramarino francês.
Só nesse ano no Amapá a PRF deteu 8 pessoas que entraram no Brasil ilegalmente nesta fronteira. Nos últimos cinco anos os policiais apresentaram na sede da Polícia Federal 401 estrangeiros. Se forem ilegais no Amapá eles ficam presos na Polícia Federal e são deportados para o país de onde vieram.
Em 2023, 11 estrangeiros ilegais foram identificados pelas autoridades, apresentando uma queda em comparação a 2022, quando 28 imigrantes ilegais foram localizados.
O chefe do núcleo de comunicação da PRF no estado, Jean Pantoja afirma que a maioria dos casos no Amapá são de haitianos que atravessam o Suriname para entrar na Guiana, e assim chegar ao Brasil.
“Eles usam o Amapá como rota para buscar estados como São Paulo e Belo Horizonte, mas acabam enfrentando dificuldades financeiras. A maioria são haitianos refugiados que fogem da crise política no Haiti”,
disse o chefe.
Em dois anos mais de 200 haitianos solicitaram refúgio no Amapá, 59 venezuelanos e 17 cubanos, essas informações estatísticas foram fornecidas pela Secretaria de Estado das Relações Internacionais e Comércio Exterior do Estado.
De acordo com o governo amapaense, migrantes podem se estabelecer. A Secretaria de Relações Internacionais do Amapá pode entrar se acionadas, isso em caso de vulnerabilidade. O primeiro atendimento ocorre no município em que estão inseridos. Se for condição de rua, tem as assistências sociais das prefeituras.
*Por Lorena Lima, da CBN Amazônia e g1 Amapá