8 de Março: ​O protagonismo feminino no ramo da tecnologia

Na área de Tecnologia da Informação (TI), por exemplo, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), dos 580 mil profissionais no país, apenas 20% são mulheres

O protagonismo feminino no segmento da tecnologia vem aumentando nos anos, mostrando que cada vez mais mulheres empoderadas estão dominando o setor; contudo, ainda existem desafios a serem vencidos, como promover a consciência da diversidade, inclusão e igualdade nas empresas

O ramo da tecnologia é uma das áreas em que o número de profissionais do sexo masculino é exponencialmente maior do que do sexo feminino. Apesar disso, as mulheres que se aventuram no ramo tecnológico têm crescido profissionalmente nos últimos anos. Esse crescimento do número de mulheres trabalhando no setor tecnológico somente não é maior devido às grandes dificuldades e os desafios que o público feminino encontra para se qualificar e se profissionalizar no segmento.

Dados mostram mais homens atuando no segmento. Para se ter uma ideia, somente na área de Tecnologia da Informação (TI), por exemplo, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), dos 580 mil profissionais de TI no país, apenas 20% são mulheres, mesmo existindo vagas disponíveis para o público feminino. Isso acontece por causa de uma questão cultural enraizada na sociedade e que transmite a falsa ideia de que essa área é mais voltada para o público masculino.
Foto: Startupstockphotos

Mudança cultural

A dificuldade do público feminino para ingressar no setor da tecnologia começa cedo, desde o ambiente familiar, quando os brinquedos são disponibilizados de acordo com o sexo. Passa pelo ambiente escolar, quando as meninas são desencorajadas a estudar matérias voltadas para o campo das ciências exatas, tais como matemática e ciências, como mostra o estudo publicado em 2016 pela Associação Americana de Pesquisas Educacionais, no qual as meninas, apesar de terem as melhores notas e se saírem muito bem nas ciências exatas durante a educação básica e fundamental, não são incentivadas a desenvolverem as suas habilidades ao decorrer dos anos letivos.

Aumento da participação feminina na tecnologia

Entretanto, o cenário vem mudando! Um levantamento realizado pela CNN Brasil demonstrou que o número de mulheres em carreiras tecnológicas cresceu em 12,2% dentre os anos de 2017 e 2020. Inicialmente, esse pode não parecer um aumento significativo, mas comparado há uma década, quando o número de mulheres atuando nos ramos tecnológicos eram irrisórios, é um importante passo.
Essas mudanças estão acontecendo graças a empresas que valorizam a diversidade em seu quadro de colaboradores e promovem a igualdade entre homens e mulheres, adotando ações que buscam equiparar a quantidade de funcionários de ambos os sexos e igualar os salários de homens e mulheres, com os mesmos cargos e funções.

O empoderamento feminino no ramo da tecnologia na cidade de Manaus

Nesse contexto, para termos um exemplo mais próximo, podemos citar a Fundação Paulo Feitoza (FPF Tech), um dos maiores institutos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da região Norte do país, e que atua em diferentes ramos tecnológicos.

A FPF Tech adota esse papel de empresa consciente e inclusiva que assume essa responsabilidade social e emprega a diversidade e a igualdade no ambiente organizacional. Segundo Marcelo Freire, analista de Comunicação da FPF Tech, o instituto incentiva o empoderamento feminino no ramo da tecnologia há muitos anos. “Na FPF sempre tivemos a consciência de que a mulher é uma poderosa força de trabalho, por isso, temos excelentes profissionais que estão na vanguarda do empoderamento feminino no ramo da tecnologia e que contribuem significativamente com a nossa empresa e com a sociedade de forma geral”, comenta.

Foto: Divulgação

As histórias das profissionais da FPF Tech

Um dos exemplos dessa atitude é Andréia Vieira, atual diretora de Projetos da Fundação, que iniciou sua jornada de trabalho no instituto como estagiária na época que cursava a graduação em Ciências da Computação.

“Iniciei na FPF Tech estagiando na área de desenvolvimento de software, quando ainda estava no último período da faculdade. Depois do estágio, fui efetivada e, a partir de então, passei a atuar em diferentes projetos e com diferentes papéis. Percebo uma crescente participação das mulheres na tecnologia e que está havendo uma quebra de paradigma nessa questão de que tecnologia é uma área de trabalho para homens. Aos poucos, todos têm entendido que a atuação em qualquer área não está relacionada ao gênero, mas sim à competência, às habilidades e à disposição para fazer a diferença. Na FPF Tech sempre me senti muito acolhida e nunca percebi qualquer tipo de preconceito por ser mulher”, ressalta.

Outro grande exemplo de protagonismo feminino na FPF Tech vem de Bruna de Souza, profissional graduada em Ciências da Computação e especialista em Computação Forense e Perícia Digital, que atua como analista de Qualidade, acompanhando os projetos desenvolvidos e todos os processos que compõem o SGQ (Sistema de Gestão da Qualidade).

Bruna conta que iniciou a sua jornada no ramo tecnológico após ter feito um curso profissionalizante de Informática na própria Fundação. “Fiz um curso profissionalizante em informática na FPF Tech e, mesmo nunca tendo usado um computador, confesso que foi amor à primeira vista. Após o curso, participei de um processo seletivo para ministrar aulas no mesmo projeto em que aprendi. Daí em diante fui me qualificando e atuando em outras áreas na empresa. Em relação à atuação das mulheres no ramo da tecnologia, acredito que há muitas vagas e poucas mulheres atuando. Essa diferença gritante já é percebida nas salas de aula de tecnologia e se estende até as empresas”, destaca.

Para finalizar, vem a história de Carla Oran, que completa agora em março 17 anos de trabalho na FPF Tech, e atualmente é gerente de Projetos. “Eu me interessei pela área de tecnologia de forma acidental, pois na época em que fui prestar o vestibular, acabei me inscrevendo no curso de processamento de dados meio sem saber direito sobre o que se tratava; contudo, assim que comecei a frequentar as aulas, apaixonei-me pela área! Curiosamente, comecei a trabalhar na FPF depois que um amigo de faculdade enviou um currículo meu para a fundação sem eu saber, então, quando fui chamada para fazer a entrevista, fiquei muito surpresa e nem sabia como eles haviam recebido meu currículo; porém, assim que entrei pelas portas da FPF Tech, eu me apaixonei por esse lugar”, comenta.

Enfim, além dessas histórias fantásticas, existem muitas outras! Essas profissionais são apenas algumas das mulheres que atuam na FPF Tech e vem fazendo a diferença no ramo tecnológico na região Norte e em todo o país.

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