A asfixia da animação tradicional: vivenciamos o fim do modelo?

A animação foi um dos gêneros, senão o maior, que mais sofreu evolução na indústria cinematográfica nos últimos anos. Produções tradicionais são cada vez mais raras, principalmente nos grandes estúdios, onde as produções 3D dominam quase por completo este segmento que ganhou impulso depois de Toy Story.  Depois do filme do Xerife Woody e seus amigos vimos com cada vez mais frequência o uso desta técnica, com maior riqueza de detalhes e menos custosa, ser utilizadas nas produções que viriam a seguir, principalmente nos anos 2000.

Foram dezenas de lançamentos ao longo da última década, toda via a qualidade dos filmes sejam pela história e ou qualidade artística não correspondia ao número de produções que eram colocadas no mercado. Você poderia citar qual animações foram mais marcantes na última década, sem contar as continuações?

Poderia fazer uma análise bem superficial, elaborar um ranking mental e em qual posição estas animações estariam. No topo da lista, final e ou distribuída entre produção de mais antigas?

Isso nos leva a questionamentos já existentes a muito tempo mais que a cada ano que passa ganha mais força. A animação tradicional esta morta? Filmes mais recentes não terão a mesma longevidade de animações antigas, marcantes por várias gerações até os dias atuais?

Na minha opinião acredito que a resposta para ambas as indagações não da para ser respondida com um simples sim ou não. A industria esta cada vez mais competitiva e os estúdios vivem da audiência de suas produções do qual convergem essa métrica em subprodutos mais rentáveis. Há tempos que bilheteria deixou de se fator principal quem “mantém o prato cheio à mesa”, devido a isso as empresas se veem cada vez mais obrigadas em por novos filmes no mercado do qual possam ter mais subprodutos explorados e poder obter sua margem de lucro favorável, tornando-se um produto de consumo rápido onde poucas obras, infelizmente, estão acima da média.

O mercado exige respostas rápidas e os modelos de animação tradicionais exigem uma mão de obra bem mais extensa, mais cara e com o tempo de produção mais elevado, características estas que são determinantes na escolha do modelo 3D na maioria das animações hoje em dia.

Sou da geração que presenciou a segunda era de ouro das animações, em uma época bem ruim para o gênero, onde praticamente não tínhamos muita opção, as obras eram fracas e tediosas, mesmo nós, crianças na época tínhamos esse sentimento. Vivíamos de relançamentos de velhos clássicos que até hoje são atemporal, ao menos isso nos salvou. Até que em determinado momento, como meio de sair de uma crise terrível um certo estúdio mudou completamente este cenário e proporcionou uma das melhores eras da animação cinematográfica, agradando tanto o público infantil, juvenil e adulto. Nascia a segunda Era de Ouro dos Estúdios Disney.

Jeffrey Katzenberg, então presidente do estúdio, exerceu grande influencia e participação no que hoje conhecemos como “Renascimento Disney”. Esta era de oura começou em a Pequena Serei e foi até o filme Hércules, tivemos bons filmes na década de 90 também tivemos bons filmes de outros estúdios como: Gigante de Ferro, O Príncipe do Egito (Sim, ele é da DreamOwrks e não da Disney) e os dois primeiros Toy Story e Vida de inseto estes dois últimos já mostravam a força do 3D.

Atualmente ainda existem “Guerreiros” que ainda guardam seus fortes princípios, o mais famoso deles podemos citar o Studio Ghibli, aliás toda a industria de animação japonesa e não são apenas os studios antigos, o Laika empresa com apenas 11 anos vem se mantendo como uma referencia, no que diz respeito a técnica de Stop Motion, dentre suas obras podemos citar Coraline, me atrevo a dizer que Coraline esta para animação Stop Motion o que Toy Story esta para a animação 3D, ao menos que se refere a sobrevivência desta no mercado.

Não acredito que a animação tradicional (2D, Stop Motion) esteja morrendo, posso entender o lado comercial das empresas. Também não acredito que apenas obras antigas terão uma boa longevidade. Talvez o seu filho, que nasceu com a animação 3D, influenciado por você mesmo que comprou aqueles DVDs por semana para entender a molecada (Muitas das vezes o tiro saia pela culatra e se tornava um tormento) possa achar um pouco estranho este tipo de produção, principalmente o 2D.

O que faz um filme bom ainda é a sua história, como a mesma é contada, o carisma de seus personagens e isso se faz com 3D, 2D Stop Motion e etc, por essa razão não creio que a animação tradicional esteja morta, assim como tenho convicção que certos filmes bem recentes já podem se considerar inclusos no panteão dos grandes.

Dúvida disso? Vamos estão “reduzis a tela” sair do universo cinematográfico e ir para a TV. Os desenhos clássicos: Mickeu, Pateta Pato Donald, Pica Pau, Perna Longa e Companhia e os desenhos do Estúdio Hanna Barbera são sucesso até hoje com o público infantil, e inegavelmente suas novas versões não chegam nem perto dos antigos. Kimi no Na wa, no início do mês ultrapassou a barreira dos 10 bilhões de ienes, tornando o primeiro filme não Ghibli a chagar a este patamar, venha ganhando cada vez mais força dando um novo animo para a animação japonesa.

Na ultima semana estreiou o filme em stop-motion kubo e a espada mágica, grata surpresa, . Confira aqui a análise do filme.

Repito-me não é o tipo de tecnica que faz um bom filme, mas sim sua história e a mameira como ela é contada. Embora o uso de células e de câmaras hoje estejam em declínio devido ao avanço e vantagens da animação realizada em computador seja 2D ou CGI, as técnicas de animação e os personagens clássicos ainda rendem muita inspiração para as novas gerações, sejam de animadores ou expectadores.

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