Violência nas escolas: como enfrentar

A violência nas escolas tem um impacto profundamente negativo, não apenas para as vítimas diretas da violência, mas para toda a sociedade.

Nos últimos anos as escolas brasileiras tem enfrentado uma crescente onda de violência. Dados divulgados pela ONG Conectas Direitos Humanos revelam que o número de casos de violência nas escolas aumentou em mais de 30% nos últimos anos e a tendência é de crescimento.

Penso que a violência nas escolas tem sido impulsionada pelo aumento da cultura do ódio que vem numa crescente nos últimos anos. Essa cultura do ódio tem sido alimentada por discursos de líderes políticos, mídias e redes sociais, um campo fértil para a disseminação e incentivo da intolerância, da exclusão e da violência.

A intolerância à diversidade faz crescer a polarização na sociedade brasileira e criado um ambiente de desconfiança e hostilidade. Com o aumento da intolerância e da desconfiança, os alunos são pressionados a adotar posições políticas e ideológicas mais radicais. Isso cria um clima de tensão no ambiente escolar.

A violência nas escolas tem um impacto profundamente negativo, não apenas para as vítimas diretas da violência, mas para toda a sociedade, e não é um problema isolado que possa ser resolvido com ações isoladas. É preciso investigar as razões sociais, políticas, culturais e até psicológicas para entender e combater essa crise.

A violência nas escolas tem um impacto negativo – Foto: Freepik

Entendo que para enfrentar esse problema é preciso agir de forma proativa, implementando ações para educar e conscientizar os alunos sobre a importância de se respeitar as diferentes opiniões e crenças. Os professores devem incentivar o diálogo e a troca de ideias entre os alunos para que possam compreender melhor os pontos de vista dos outros.

Por outro lado, é indispensável que o governo invista em programas voltados para a prevenção e as autoridades responsáveis devem se antecipar na identificação de casos de violência, bem como disponibilizar os instrumentos necessários para que as escolas tenham acesso a mecanismos eficazes para denunciar essas situações. Isso, sem dúvida, ajudará a identificar os problemas e tomar medidas para resolvê-los. 

Penso que desenvolvendo ações integradas é possível aumentar a conscientização sobre o problema, especialmente entre os jovens. Isso pode ser feito através de campanhas educativas e programas de prevenção da violência nas escolas; aumentando o investimento na vigilância com a contratação se seguranças; instalação de câmeras de segurança, e aumento da responsabilização de quem comete violência com punição exemplar para que sejam desencorajados a praticar a violência no futuro.

Por fim, entendo que é fundamental, para se debelar essa crise, que os governos, a sociedade civil e a comunidade escolar trabalhem juntos para construir uma cultura e educação para a paz e diálogo, pois só assim poderemos garantir o direito a todos à educação em um ambiente seguro e inclusivo.

Sobre o autor

Olímpio Guarany é jornalista, documentarista e professor universitário.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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