Ver-o-Peso. O maior mercado a céu aberto das Américas

Nesses dias de preparação para zarparmos de Belém visitamos uma das principais atrações da capital paraense, o Ver-o-Peso.

Mercado Vero-o-peso – Foto: OGuarany

Olimpio Guarany, Capitão da Expedição

Olá! Vamos atualizar nosso Diário da Expedição Pedro Teixeira, a Nova Descoberta do Rio das Amazonas.

Nesses dias de preparação para zarparmos de Belém visitamos uma das principais atrações da capital paraense, O Vero o Peso. Aqui encontramos o resumo da cultura, da história e da economia tradicional do estado. Quando a gente chega, logo vê que aqui se faz muito mais do que compra e venda de mercadorias. Aqui é a história do Pará sendo escrita dia a dia.

Foto: Paulo Bandy

Situado na confluência dos rios Guamá e Pará que formam a baia do Guajará, o Ver-o-Peso foi criado na metade do século 17. A intenção da Coroa Portuguesa era estabelecer um rígido controle sobre a entrada e saída de mercadorias da Amazônia, por isso, criou um posto de fiscalização e tributação que chamou inicialmente de Casa do Haver o Peso.

Um funcionário da Coroa Portuguesa com uma balança, media as transações comerciais da época. A partir daí ficou popularmente conhecido como lugar de ver-o-peso. Com o passar dos anos foi sofrendo transformações até ser construído um prédio para abrigar pessoas e mercadorias. Um lugar onde se vende e se compra tudo.

Foto: OGuarany

Com o apogeu econômico de Belém, em pleno ciclo da borracha, a cidade ganhou o mercado de ferro construído em Londres e Nova York. Em meio a toda simplicidade do local, o prédio depois de montado se destacou com suas belas torres e se transformou num dos cartões postais da capital paraense.

O mercado do Ver-o-Peso, eleito uma das sete maravilhas do Brasil, abastece a cidade com gêneros alimentícios, artesanatos e ervas medicinais vindas do interior paraense. A maioria chega ao grande mercado, principalmente por via fluvial.

Foto: OGuarany

Andar pelo Ver-o-Peso é revisitar a história. Cada barracanos remete a um pedaço da Amazônia. Cada sabor nos remete a uma imagem deste grande planeta verde. Cores, formas, um jeito bem próprio de traduzir em detalhes simples uma tradição centenária.

Por exemplo, nas barracas de remédios populares encontramos um verdadeiro arquivo gigante de folhas, raizes, garrafadas, sumos e outras tantas porções que prometem a cura para quase todas a doenças. Aqui o Ver-o-Peso nos apresenta a riqueza ancestral da Amazônia. A cultura indígena dos curandeiros nos faz viajar por cores, galhos, folhas secas.

Para erveiros e mandingueiras há sempre uma solução. Os preparados são indicados para curar doenças e resolver diversos problemas, como traição, solidão, atrair bons negócios, espantar mau olhado. Quem mexe com essas poções garante o poder das ervas amazônicas.

Foto: Bia Oliveira

A mais movimentada feira livre, do maior Mercado a céu aberto das Américas, revela uma amostra do universo de variedades que compõem a cultura paraense. Cultura herdada de colonizadores, temperada nos ramos e especiarias de uma terra rica em originalidade.

Nos despedimos da rotina alucinante do Ver-o-Peso. Dele levamos memórias, sabores e uma enorme vontade de voltar. Até logo, Ver-o-Peso!

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