Visitamos um lugar que é um oásis de biodiversidade e ao mesmo tempo é um dos mais ameaçados da Amazônia.
Olimpio Guarany, capitão da Expedição
Nessa última semana, antes de seguirmos nossa jornada subindo o rio Amazonas refazendo a Expedição de Pedro Teixeira de 1637, visitamos um lugar que é um oásis de biodiversidade e ao mesmo tempo é um dos mais ameaçados da Amazônia.
Chegamos ao parque do Utinga, em Belém do Pará, cedinho e quem nos recebe é o Sr. Ivan Santos, Gerente da Região Metropolitana do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio). Ele nos leva pessoalmente para conhecer o Parque.
“Seu” Ivan como é carinhosamente chamado por todos aqui, nos mostra e descreve cada atividade desenvolvida no Parque.
No tour, conhecemos melhor aquele homem simpático e gentil que descreve com detalhes o cenário de cada ambiente e ao mesmo tempo está sempre atento aos visitantes. Zeloso, para o carro e gentilmente chama atenção dos caminhantes e ciclistas para que tomem cuidado e observem as regras do Parque, sempre com a preocupação da segurança e do bem estar de todos.
O Parque Estadual do Utinga é uma Unidade de conservação situada, no que os pesquisadores chamam de Centro de Endemismo de Belém devido a sua ampla e peculiar biodiversidade.
O Parque abrange uma área de 1.400 hectares e está encravado na zona urbana de Belém. É visitado durante todo o ano por moradores e turistas.
Mas, o que significa Utinga?
A palavra Utinga é variação do vocábulo de origem tupi y-tinga e significa “águas claras”.
Por isso, o Utinga é considerado o celeiro das águas. É daqui que sai toda a água potável que abastece cerca de 75% da população de Belém, algo como 1 milhão e 500 mil pessoas.
Como um dos últimos redutos de biodiversidade da zona urbana da capital, o Parque do Utinga abrange florestas de terra firme que ocorrem nas regiões internas e altas do Parque sobre solo argiloso e úmido; vegetação de palmeiras; ervas e árvores de diversos portes.
Há também ocorrência de floresta densa; florestas de igapó, às margens dos Lagos Bolonha e Água Preta, dois grandes mananciais de água e áreas de terreno baixo e úmido.
No último levantamento feito em 2018 foram registrados 1.656 indivíduos, distribuídos em 47 famílias, 119 gêneros e 151 espécies de formas diferentes de vida.
Das 151 espécies botânicas levantadas, cinco estão nas listas Estadual (SEMA, 2007), Federal (MMA, 2008) e Mundial (IUCN, 2012) de espécies ameaçadas de extinção: três são vulneráveis, uma está em perigo de extinção e uma está criticamente em perigo de extinção pelos critérios adotados pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês) e pelo Estado do Pará.
Devido toda essa exuberância, visitar o Parque do Utinga deve ser agenda obrigatória de quem visita a capital paraense.
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