O feminicídio é o tipo mais grave de violência contra a mulher, resultado de um comportamento misógino do homem que desvaloriza a mulher como ser humano ou seja, simplesmente em decorrência do seu sexo, da sua condição de gênero.
Partimos de uma realidade nua e crua. A violência contra a mulher é um dos mais graves problemas de saúde pública do mundo, com consequências devastadoras para todas as mulheres, independentemente de raça, etnia, religião, classe social, idade ou localização geográfica. No Brasil, a violência contra a mulher é cada vez mais evidente, com números alarmantes de mulheres mortas por seus companheiros, namorados ou ex-namorados. O feminicídio é o tipo mais grave de violência, tendo em vista que a mulher é morta como resultado de um comportamento misógino do homem que a desvaloriza como ser humano ou seja, simplesmente em decorrência do seu sexo, da sua condição de gênero.
Outro dado vergonhoso nos remete à nossa região amazônica, onde a violência contra a mulher tem crescido de forma exponencial nos últimos anos. De acordo com os números da Secretaria Nacional de Segurança, a região Norte liderou os registros de feminicídios no primeiro semestre de 2022 com 75% a mais do que no primeiro semestre de 2019, uma escalada, em quatro anos, como nunca visto. Só para se ter uma ideia, as regiões Oeste, Sudeste e Nordeste registraram crescimento de 29,9%, 8,6% e 1%, respectivamente. Apenas na região Sul foi registrada uma queda de 1,7% dos casos. Esses dados colocam a região Norte como a líder nacional de feminicídio.
Tomando-se esses números como referência, conclui-se que há muito trabalho a ser feito para reduzir a violência contra as mulheres na região Norte. Entendo que é indispensável que sejam criadas políticas públicas que promovam a igualdade de gênero e a educação como forma de prevenir e reduzir a violência contra as mulheres.
Volto a bater na tecla e reitero que é indispensável que as políticas públicas sejam implementadas de forma consistente e estruturada para garantir que as mulheres que sofrem violência tenham acesso a serviços de proteção e apoio, de modo a assegurar que elas recebam ajuda e possam se recuperar.
Penso que a sociedade precisa reagir, mas, para tanto, é fundamental que cada um de nós se mobilize, a partir de gestos simples, como educar as crianças sobre igualdade de gênero e respeito às mulheres; e denunciar qualquer tipo de violência de gênero. É necessário que todos nos unamos para acabar com todas as formas de violência, pois só assim poderemos construir um mundo mais seguro para todas as mulheres.
Sobre o autor
Olimpio Guarany é jornalista, documentarista e professor universitário.
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