Estamos em Gurupá. Esta cidade tem todo um simbolismo quando tratamos da ocupação lusitana da Amazônia, no limiar estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas.
Olimpio Guarany, capitão da Expedição
Olá,
Vamos atualizar o Diário de Bordo da Expedição que estamos realizando pelo rio Amazonas e seus afluentes, refazendo a expedição de Pedro Teixeira de 1637.
Estamos em Gurupá. Esta cidade tem todo um simbolismo quando tratamos da ocupação lusitana da Amazônia, no limiar estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. Mais do que isso, foi nessa região que Pedro Teixeira ganhou maior estatura como combatente e homem de confiança da Coroa Portuguesa para as grandes missões.
Perto de Gurupá, na foz do rio Xingú, os holandeses já haviam se estabelecido. Lá construíram um forte e exploravam os nativos na coleta de sementes e das drogas do sertão.
Depois de participar da missão da fundação de Belém junto com Francisco Caldeira Castelo Branco e de abrir com mais meia dúzia de sertanistas a estrada entre Belém e São Luis (MA), então sede da Coroa, Pedro Teixeira foi convocado para expulsar os estrangeiros que se instalavam na região de Gurupá que está localizada no caminho da entrada e saída do rio Amazonas.
Em 1623 o capitão português comandou uma grande operação que destruiu o forte Mariocai expulsando holandeses e ingleses.
No local ergueu o forte de Santo Antônio junto com Bento Maciel Parente. No entorno dessa nova fortaleza que passaria a ser uma sentinela para guarnecer esta parte da Amazônia contra novas invasões estrangeiras, havia um povoado que mais tarde passou a ser chamado de Gurupá.
As ações de Pedro Teixeira na região só se completariam com a expulsão definitiva dos holandeses da foz do Xingu quando em 1625 comandou pessoalmente o ataque que destruiu o Forte de Mandiutuba, na foz rio Xingu, base de defesa dos holandeses instalados naquela região. No final deste mesmo ano Teixeira atacou e conquistou o Forte Torrego, desta vez expulsando os ingleses.
Aportamos na frente da cidade, próximo ao trapiche. Fizemos o contrabordo de um barco em frente a colônia de pescadores. Sem o nosso bote que, apesar dos reparos feitos em Belém, partiu novamente, tivemos que pegar carona numa catraia pilotado por um ribeirinho.
Caminhamos pela cidade e no final da tarde visitamos o forte, lugar que guarda a história e é a principal atração de Gurupá.
Gurupá na linguagem indígena significa Porto de Canoas e ganhou este nome quando foi elevada a categoria de vila em 1639, ano do retorno de Quito da Expedição de Pedro Teixeira pelo rio Amazonas.
Por isso, embarque conosco e acompanhe a nossa jornada.
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