Seguimos nossa jornada navegando pelo rio Amazonas e seus afluentes, refazendo os caminhos de Pedro Teixeira de 1637
Olimpio Guarany, capitão da Expedição.
Vamos atualizar nosso Diário de Bordo no trecho paraná das Velhas – Monte Alegre.
Seguimos nossa jornada navegando pelo rio Amazonas e seus afluentes, refazendo os caminhos de Pedro Teixeira de 1637. Estamos captando material para a produção de documentários sobre diversos aspectos da Amazônia.
Depois do pernoite no paraná das Velhas, saímos cedinho em direção a Almerim (PA) e chegamos por volta das 17h. Foram 41 milhas. Na frente da cidade a área não é boa para ancoragem.
Seguimos subindo o rio Amazonas e entramos na foz do rio Pará.
Quando Pedro Teixeira passou por aqui em direção a Quito, em 1637, essa região era dominada pelos índios tupinambas que mais tarde se juntaram aos frades capuchos de Santo Antonio e instalaram a Aldeia do Paru de onde se originou a cidade.
Em 1758, o então governador do Grão Pará, Mendonça Furtado, transformou o povoado em vila e deu o nome de Almerim, em homenagem a cidade do mesmo nome em Portugal.
Era uma política de Marquês de Pombal para marcar os domínios portugueses depois da expulsão dos jesuítas da Amazônia.
Pernoitamos na foz do rio Paru. O fim de tarde teve ameaça de temporal que acabou passando. Foi uma noite agradável. Partimos cedo, ainda era 5h30. O rio Amazonas estava calmo.
Nesse trecho entre a foz do rio Paru e Prainha navegamos pelo canal principal do rio Amazonas, mas logo tivemos que entrar a bombordo da ilha Jurupari. É que nas proximidades do morro da Velha Pobre, a profundidade do rio Amazonas chega a 100 metros com muito remanso e intensa correnteza
Em cima do morro da Velha Pobre está instalada a torre de transmissão que leva energia de Tucurui para o Amapá; mede 320m e é mais alta do que a torre Eiffel de Paris.
Entre as duas margens a ilha do Jurupari serve de base para a segunda torre da mesma altura por onde passam as linhas.
Chegamos a cidade de Prainha (PA), depois de 54 milhas navegadas, quase no final da tarde, atracamos o barco no píer flutuante, recém instalado, e pernoitamos ali. Aproveitamos para visitar a cidade e ir à igreja.
Quando passou por aqui, em 1637 Pedro Teixeira não viu Prainha. O que existia, mais próximo, era um povoado às margens do rio Urubuquara que mais tarde acabou se transferindo para a margem do rio Amazonas para facilitar o comércio dos produtos coletados da floresta. Só recebeu o status de vila em fins do século 19.Prainha tem uma população de cerca de 30 mil habitantes e sua principal atividade econômica é a agropecuária
No dia seguinte, ainda era 5h, quando partimos cedinho com destino a Monte Alegre. Ventos fortes, de empopada, navegamos com as duas velas em asa de pombo, ou seja, a buja de um lado e a mestra de outro. O rio Amazonas estava encrespado, mas a viagem foi tranquila.
Entramos no rio Gurupatuba por volta das 16h. Foram 40 milhas navegadas. Monte Alegre nos reserva surpresas. Aqui as descobertas arqueológicas mudaram a história da Amazônia. Mas isso é assunto para a próxima coluna.
Por isso, embarque conosco e acompanhe a nossa jornada.
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