Este ano, o festival tem como ênfase a formação de profissionais das artes musicais e cênicas
O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Theatro da Paz e Academia Paraense de Música (APM), lança nesta terça-feira (30), às 18h, ao vivo pela TV Cultura, o XIX Festival de Ópera do Theatro da Paz. O lançamento vai apresentar um panorama das atividades previstas para este ano, adaptadas por conta da pandemia, e ainda um recital com o tenor Atalla Ayan, a pianista Adriana Azulay e as cantoras Lanna Bastos, Hosana Ramos e Kézia Andrade, direto do palco da maior casa de espetáculos paraense.
Participam do lançamento a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal; o diretor geral do festival, Daniel Araújo; a diretora artística, Jena Vieira; e a diretora de Produção, Nandressa Nunes. O programa terá duração de uma hora e meia e terá, ainda, depoimentos de convidados.
Este ano, o festival tem como ênfase a formação de profissionais das artes musicais e cênicas. Serão ofertadas 80 bolsas para o II Curso de Formação em Ópera, 40 destinadas a cantores líricos e 40 para técnicos de teatro. O curso terá duração de seis meses, via plataforma digital, com oito oficinas para cada grupo.
“Essa ampliação da política de formação profissional do festival responde de maneira muito assertiva aos novos desafios impostos pela pandemia. A inclusão de técnicos na grade formativa, o modelo de aulas remotas e o fato de que aumentamos em quatro vezes o alcance dos profissionais selecionados para o programa de bolsas consolida o projeto que estamos construindo de transformar o nosso Theatro da Paz, num futuro próximo, em teatro-escola”, diz Ursula Vidal.
Alternativas
Para o diretor geral do Festival de Ópera, Daniel Araújo, trata-se de um momento para experimentar novas formas de fazer o festival – prestes a completar duas décadas de existência – e incentivar cada vez mais a mão de obra para esse tipo de espetáculo. “Em março, já estávamos com tudo programado para este ano, mas com a pandemia precisamos nos adaptar para os mecanismos de interação virtual e adequar o projeto. Fizemos testes e ajustes para que esse novo formato contemplasse não só os artistas, como toda a cadeia produtiva da ópera, já que o setor da cultura foi o primeiro que parou”, explica.
A diretora artística, Jena Vieira, destaca que essa é uma fase de reinvenção do espetáculo, com ações que serão capazes de abranger o Estado inteiro, possibilitando que artistas e produtores que não estejam fisicamente em Belém possam ser contemplados com o curso. “Estudamos como outros teatros no Brasil e no exterior estão fazendo seus concertos e como as novas mídias e novas tecnologias são fundamentais. Nesse formato virtual, todo o Pará poderá participar do festival por meio do nosso site, canais e redes sociais”, atesta.
A diretora de Produção, Nandressa Nuñez, também acredita na relevância das mudanças do evento, recordando que, ano passado, já foi apresentado um festival diferenciado. “Pela primeira vez na história, fizemos a itinerância pelos Territórios pela Paz, em bairros periféricos, e a implementação do primeiro curso de formação. Este ano, ampliamos as vagas para o curso de formação e queremos contemplar, além de cantores líricos, figurinistas, cenógrafos, maquiadores, diretores de palco, contrarregras, etc., visando uma forma de capacitar e garantir recursos a esses profissionais”, assinala.
Programa
Durante o lançamento do festival, o tenor paraense Atalla Ayan – reconhecido internacionalmente e com presença constante nas principais cenas líricas do mundo -, a pianista Adriana Azulay e as sopranos Lanna Bastos, Hosana Ramos e Kézia Andrade apresentam recital composto por árias de Giacomo Puccini, como “Donna non vidi mai”, da ópera “Manon Lescaut”; “Recondita Armonia” e “E lucevan le stelle”, de “Tosca”; “Nessun Dorma”, de “Turandot”; “Quando m’en vo”, de “La Bohème”; “Chi il bel sogno di Doretta”, de “La Rondine”, e “O mio babbino caro”, de Gianni Schicchi.
O programa inclui as árias “Una furtiva lagrima”, da ópera “L’elisir d’amore”, do compositor Gaetano Donizetti; “Ah! Je ris de me voir si belle”, da ópera “Fausto”, de Charles Gounod; “Depuis le jour”, da ópera “Louise”, de Gustave Charpentier; além da canção “Minha Terra”, do compositor paraense Waldemar Henrique. Como encerramento, eles apresentam o dueto “Brindisi”, da ópera “La Traviata”, de Giuseppe Verdi.
Formação
As inscrições para os cursos são gratuitas e podem ser feitas a partir da próxima quarta-feira (1 de julho), no site www.festivaldeoperatp.com, que pode ser acessado a partir de terça (30). Os selecionados terão aulas via plataforma digital até dezembro. Aos cantores, serão ofertados os seguintes cursos: Criação de Conteúdo Digital, Preparação de Repertório, Preparação Musical de Cenas de Ópera, Introdução à História da Ópera, Análise e Construção dos Personagens, Estudo do Texto Dramático, Dicção para Cantores e Preparação, Criação e Interpretação Teatral para Cantores de Ópera.
Para os técnicos, as oficinas serão: Noções Básicas de Leitura de Partitura Musical, Direção de Palco e Contrarregragem, Introdução à Sonorização em Ópera, Introdução à Iluminação Cênica na Ópera; Noções Básicas de Direção de Ópera; Maquiagem Artística para a Ópera; Preparação de Legenda de Ópera e Figurino para Espetáculos de Ópera.
Julho
1 a 10 – Inscrição
11 a 15 – Validação
16 e 17 – Prazo recursal
18 – Lista homologada de concorrentes
19 a 23 – Análise de candidaturas
24 – Publicação do resultado
27 e 28 – Prazo recursal
29 a 31 – Matrículas
Agosto
03 – Início das aulas.