Professor paraense leva ‘tom amazônico’ para Holanda

O repertório musical é composto por quatro ciclos que retratam a região amazônica. Moleque Saci, Curupira e Onça Tapiauara são algumas canções compostas e estão inseridas na temática Lendas Amazônicas.

   “A música é o meu mundo, a minha felicidade é estar no palco”.

A frase traduz um pouco da satisfação de Urubatan Ferreira de Castro, ao ser selecionado para participar de o Festival de Música na cidade de Waalwijk, na Holanda no dia 25 de junho.

A participação do professor paraense será no Festival de Stichting de Langstraat, que também reunirá apresentações de dança e teatro, em três dias de evento. Além das músicas populares e eruditas, trata-se de um momento de difundir a história da música da própria cidade. “Eu fiquei muito feliz porque não é fácil. A Europa é o berço da música. A gente fala muito em música decolonial aqui no Brasil porque é importante, mas a música erudita ainda tem um valor muito grande, principalmente fora do Brasil”, enfatiza Urubatan.

Em um repertório composto por quatro ciclos, para ser exibido no festival, Urubatan consolida suas obras em eixos que retratam a região amazônica. Moleque Saci, Curupira e Onça Tapiauara são algumas canções compostas, e estão inseridas na temática Lendas Amazônicas, que serão apresentadas no concerto. Cenas Infantis Paraenses e de outras regiões do Brasil compõem a série do compositor.

“Eu acho que uma pessoa aqui da região amazônica não vai compor como uma pessoa da Holanda, nem da Bélgica, mas nós temos os nossos valores, a nossa bagagem cultural, das nossas lendas, da magia que é essa floresta amazônica extraordinária, que serve de inspiração pra gente. Não é uma música popular, é um repertório que envolve a região amazônica, mesmo feito por uma pessoa da academia, de forma erudita”,

declara o professor.

Pianista, compositor e musicólogo, Urubatan de Castro está inserido na esfera musical há mais de 30 anos. Teve passagem no Instituto de Arte da Unicamp; no Departamento de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Bomfim Conservatório (Portugal) e Kurhaus (Den Haag – Holanda). Já recebeu dois primeiros lugares no Concurso de Composição Mapa Cultural Paulista (Campinas e Limeira), em 1998; conquistou o Prêmio de Composição Originalidade em São Paulo, em 1999 e no ano de 2007, obteve o Prêmio de Criação Musical do Instituto de Arte do Pará, com obras para piano e quatro mãos. É professor e integrante de grupos de pesquisa da Uepa, e diretor musical do Quarteto de Cordas da universidade.

“A música é uma paixão muito grande. Eu não sei viver sem ela. Eu digo que se eu não fosse músico, eu seria músico porque não sei fazer outra coisa. Quando a gente faz com amor e com prazer, nada é cansativo. Tô muito feliz porque vou mostrar a cultura amazônica fora do Brasil, é importante mostrar nossa beleza, a nossa arte”,

finaliza Urubatan.

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