A terapeuta ocupacional Márcia Nunes explica que a música instiga o envolvimento do paciente em estratégias criativas e expressivas que ajudam a melhorar o funcionamento global e a qualidade de vida. “Os benefícios são inúmeros, como bem-estar emocional e relacionamento social. A música também aperfeiçoa as habilidades cognitivas e de comunicação. No ambiente hospitalar, contribui para o gerenciamento da ansiedade e do estresse decorrente da hospitalização, alívio da dor e expressão dos sentimentos”.
A melodia atraiu Berto Oliveira, 64 anos, morador de município de São Miguel do Guamá, no nordeste paraense, que passou por uma cirurgia na Clínica de Cabeça e Pescoço. Há 15 dias no hospital, ele percebeu na apresentação do cantor a singularidade da riqueza e a harmonia em forma de poesia. “Não há como deixar de ter uma identificação com as letras das músicas cantadas por ele. Vivenciei isso toda uma vida”, disse.
Maria José Santos, 70 anos, também se divertiu e elogiou o músico. “Ainda não o conhecia, mas notei nossos costumes e tradições bem presentes nas canções. Isso traz certo conforto para a gente”. O repertório reuniu canções de sucesso como “Sabor Açaí”, a mais cantada pelo público. “Essa missão, além de ser extremamente prazerosa, tem o sentido de cidadania ao contribuir com essas pessoas que estão passando por um momento difícil, mas que têm esperança de recuperação. Cantar aqui é acreditar que estou massageando a alma delas”, disse Nilson Chaves.