Festival de Ópera no Pará promove palestra sobre a ópera ‘Turandot’

Foto: Digulgação

Em 1926, quando a ópera “Turandot”, de Giacomo Puccini, estreou em 25 de abril, no teatro Scala, de Milão, uma polêmica se fez presente. Nesse dia, o maestro Arturo Toscanini, que estava regendo a ópera, a 20 minutos do final, num momento muito dramático e crucial da obra, parou a regência, suspendeu a batuta e disse: “Aqui a ópera terminou. Até aqui escreveu o senhor Puccini, porque o maestro morreu”, e se retirou do palco, ficando cerca de um minuto fora de cena, deixando as pessoas atônitas. E só depois voltou e terminou a regência.A explicação é que Puccini não havia concluído a ópera, que foi terminada – com sucesso, diga-se – por Franco Alfano, um dos discípulos mais talentosos de Puccini. Mas Toscanini não gostou do final dado. Essa história e outros detalhes da obra serão esmiuçados pelo diretor artístico do Festival de Ópera do Theatro da Paz, Gilberto Chaves, na palestra ‘Turandot – A Última Obra de Puccini’. A palestra será nesta terça-feira (20), às 18h30, no foyer do Theatro da Paz, acompanhada de um recital de sopros e cordas. A entrada é franca.Gilberto Chaves, tradicionalmente, faz essa palestra antes da atração principal do Festival de Ópera, como forma de preparar os interessados sobre a obra que será apresentada. “Não é uma palestra sobre técnica. São informações sobre como a obra foi construída, curiosidades e outros detalhes. Tudo começa com o fato que Puccini não concluiu a ópera, já que morreu antes disso. Acredito que será bem proveitoso a todos”, diz.Em 2009, William Hartson, no jornal “Daily Express”, disse aos leitores, com grande autoridade, que Toscanini nunca conduziu “Turandot” novamente. “De fato, ele a conduziu novamente nas duas noites seguintes, inclusive a parte de Alfano, em um total de três performances”, explicou o jornalista. A montagem de “Turandot”, no XV Festival de Ópera do Theatro da Paz, será bem tradicional, aos moldes da concepção da estréia, em 1926. A montagem paraense tem direção de Caetano Vilela e regência musical de Miguel Campos Neto, maestro titular da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP), que acompanha a ópera. A obra terá récitas nos próximos dias 21, 23, 25 e 27, sempre às 20h, no Theatro da Paz.Para acompanhar a palestra de Gilberto Chaves, haverá um recital de sopros e cordas, do qual participam os músicos Ana Maria Adade (piano), Benedito Júnior (trombone e arranjos), Sílvia Ricardino (harpa e arranjos) e Bianca Menezes (flauta), todos integrantes da OSTP, que acompanha as récitas da ópera “Turandot” neste ano.Eles vão interpretar trechos de árias de óperas como “Nessun dorma” (que está em “Turandot”), “Le fleur que tu m’avais jetèe” (de “Carmem”, que já foi encenada no Festival de Ópera), “Orfeu e Eurídice”, “Fausto”, “Entract Gavotte”, “Thais” e “Os Pescadores de Pérolas” (cartaz do festival no ano passado).De “Os Pescadores de Pérolas”, a ária é “Je croix entendre encore”, do personagem Nadir. Na parte musical da palestra, ela ganhou arranjo para harpa e piano. Na montagem deste ano, no Theatro da Paz, a famosa “Nessun dorma” será interpretada pelo tenor paulista Richard Bauer, o Calaf da história, mas no recital tem arranjo para piano e trombone.

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