Outubro Rosa: reconstrução mamária através de micropigmentação é realizada em Manaus

Outubro Rosa é o nome da campanha popular de combate ao câncer de mama. Ações de saúde são pensadas e executadas junto à mulheres de todo o mundo, com um objetivo: diagnosticar, o quanto antes, qualquer problema nas mamas. Engajados na campanha, vários órgãos público e empresas privadas se unem, e iluminam seus prédios em apoio à causa.

Em Manaus, a Fundação Centro de Controle Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) é o principal local que assiste mulheres vítimas do câncer de mama. Segundo o órgão, de janeiro a julho desde ano, foram 2.244 consultas médicas com mastologistas, e 240 mastectomias (retirada completa da mama), realizadas no mesmo período.

Foto:Shutterstock

Segundo o médico mastologista e vice-presidente da Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc) Jesus Pinheiro, no Amazonas, mesmo com o câncer de colo de útero sendo a principal causa de morte entre mulheres, o câncer de mama é o que mais cresce.

“No Brasil, são registrados 60 casos de câncer de mama para cada 100 mil habitantes, no Amazonas, são 20 casos para cada 100 mil pessoas. O mais comum aqui é o de colo uterino, que é o dobro da estatística de casos do Brasil, mas o quê mais cresce é o de mama”, ressalta o médico.

Ainda segundo o médico, não há uma causa específica para o surgimento do câncer de mama, mas diversos fatores que contribuem para o problema.

“O câncer de mama não tem um fator que determina seus surgimento, são vários fatores que contribuem, e de modo geral, a influência hereditária contribui em torno de 10%, portanto, e os 90% são fatores externos, entre esses, os grupos de maior risco são mulheres que menstruaram muito cedo e terminam muito tarde essa janela hormonal, mulheres que nunca tiveram filhos, ou só teve após os 30 anos, as obsessas e as fumantes”, disse Jesus Pinheiro.

Entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017, a FCecon registrou 619 novos casos de câncer de mama. E de janeiro de 2018 a julho de 2019, 345 pacientes receberam alta oncológica do setor de mastologia do órgão.

Para o médico Jesus Pinheiro, o diagnóstico precoce é a chance que a mulher tem de obter êxito no tratamento.

“O quê, nós médicos podemos fazer, já que não tem vacina para o câncer de mama, é o diagnostico precoce, pois o câncer em fase inicial tem o índice de cura, em 90%, além de um tratamento menos invasivo, ou seja, sem necessidade ações mais radicais. Então é indispensável, o auto exame depois da menstruação, e a mamografia, 1 vez por ano, partir dos 40 anos, já que 20% dos casos são em mulheres abaixo dos 50 anos”, pontua o médico.

Arte: Divulgação/Ministério da Saúde

Quando do diagnóstico do câncer de mama, o tratamento inicia, como afirma o médico, na investigação e estancamento.

“Dependendo da fase em que esse câncer esteja, e uma vez diagnosticado, a fase seguinte é o estancamento, que significa dizer que queremos saber se ela tem o câncer só na mama ou em outros órgãos, nesse sentido, passamos a fazer os exames de tomografias. Quando está só na mama e os tumores são inferiores a 3 centímetros, há tratamento conservador, onde há necessidade de fazermos a quadrantectomia (retirada de um quarto da mama), e depois as radioterapias, quimioterapias, quando não, aí é a mastologia”, disse.

Restauração da aréola

Em muitos casos, após o procedimento cirúrgico, há a desconstrução da mama, e além das circunstâncias como o abandono do parceiro, o sofrimento causado pelo câncer, há o problema estético ao final do tratamento. Muitas mulheres ficam sem as auréolas e tentando ajudá-las a esteticista Diana Bacellar.

“Em 2014 eu tive o contato com mulheres que passaram por mastectomia e fiz o procedimento em algumas delas. Naquele momento eu vi que a reconstrução devolvia a auto-estima dessas mulheres, a sensação de poder se olhar no espelho e se sentir mais completa novamente. Eu percebi a minha responsabilidade em poder ajudá-las durante esse processo tão doloroso”, conta.

Foto:Diana Bacellar/Acervo Pessoal

A técnica da micropigmentação paramédica em aréolas e mamilos custa entre R$ 600 e R$ 1200, dependendo do número de argolas, se é total ou parcial, mas durante o mês de Outubro, a Diana está realizando o procedimento de forma gratuita.

“Durante o mês e outubro eu realizado o procedimento gratuitamente para mulheres que nos procuram. É importante ressaltar que elas precisam estar de alta do tratamento, além de uma autorização do médico informando que a mulher já está apta para o procedimento”, ressalta Diana.

A aposentada, Glória Alves, de 54 anos, teve câncer de mama, e precisou fazer a mastectomia radical com esvaziamento axilar. Fez a reconstrução mamária dois anos após a cirurgia, e depois da cicatrização, refez o mamilo, mas ainda faltava a pigmentação da aréola.

“A pigmentação da aréola só fiz 17 anos após a reconstrução mamária. Soube através de uma colega paciente da Fcecon, em 2018. Ela me falou do trabalho voluntário que a doutora Diana estava fazendo, e disse que a mesma estava selecionando mulheres que já haviam feito reconstrução mamária, sem condições de pagar pelo serviço e que tivesse interesse em fazer a pigmentação, foi aí que conheci o projeto e tive minha aréola restaurada”, conta Glória.

Com a micropigmentação, Glória conta que melhorou sua autoestima e é grata pelo procedimento.

“A mama da mulher é um símbolo muito significativo, representa nossa feminilidade, maternidade e sexualidade. Mas claro que a vida é muito maior que tudo isso, no entanto sem essa parte do corpo me sentia mutilada. Penso que o tratamento do câncer de mama, só estará completo após a reconstrução mamária, inclusive com mamilo e pigmentação da aréola. Nesse sentido, avalio como de grande importância a reconstrução da mama com a pigmentação para a autoestima da mulher mastectomizada. E eu só tenho à agradecer a essa profissional pelo trabalho voluntário realizado, não só em mim, mas em outras pacientes, que com certeza, assim como eu, estão muito satisfeitas com o resultado é com a melhora da autoestima”, pontua.

Para mais informações sobre o procedimento de micropigmentação gratuito, a Diana Bacellar atende no (92) 3584 0092 / 98223 0437 (WhatsApp).

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