Novo teto para compra financiada com recursos do FGTS anima mercado imobiliário

O aumento do limite de financiamento de imóveis com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para R$ 1,5 milhão anima o setor da construção civil do Amazonas. O novo valor entrou em vigor nesta última segunda-feira (20) e vai até 31 de dezembro de 2017 em todas as regiões do país. Antes o trabalhador amazonense só poderia usar o benefício para a compra da casa própria até R$ 800 mil.

Segundo empresários, a medida beneficiará principalmente a classe média e proporcionará o crescimento nas vendas de imóveis estocados, além apresentação de novos empreendimentos e geração de empregos no setor.A última elevação do limite de financiamento com FGTS ocorreu em novembro do ano passado, quando o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu que o teto do Amazonas subisse de R$ 600 mil para R$ 800 mil.

Na ocasião os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio e Distrito Federal passaram de R$ 750 mil para R$ 950 mil. De acordo com a medida, o imóvel poderá ser financiado dentro das regras do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), que possui os juros mais baixos (até 12% ao ano).

Na avaliação do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon–AM), Frank do Carmo Souza, o teto temporário para o uso de FGTS proporcionará um crescimento importante nas vendas de imóveis da região.“Os de R$ 800 mil a R$ 1,5 milhão vendidos nessa nova oportunidade terão juros menores e prazos melhores, o que refletirá no aumento das vendas de imóveis estocados que ainda é alto no Estado. Além disso, possibilitará a construção de novos empreendimentos e a geração de mais empregos neste setor”, afirmou. Segundo Souza, 30% dos imóveis no Amazonas se enquadram nessa faixa de preço.

Segundo o representante, a medida complementa as demais já anunciadas pelo governo federal, que busca estimular a construção civil brasileira. “Com o anúncio da redução da inflação até o fim deste ano, as mudanças nas regras do Minha Casa Minha Vida que deve lançar 600 mil unidades em 2017 e ampliação de valores do programa levando em consideração a renda familiar, todo esse conjunto de medidas tende a melhorar o cenário da construção civil justamente por ser o setor que mais gera emprego”, avaliou Souza destacando que, a projeção de crescimento no Estado para este ano é de 5%.

Para o presidente da Associação das empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas (Ademi-AM), Romero Reis, todos os segmentos econômicos estão necessitando de medidas para a retomada de crescimento. Ele comenta que a elevação do limite de financiamento de imóveis com recursos do FGTS beneficiará principalmente a classe média, uma vez que o MCMV vem ao encontro de classes menores.“Atualmente, 40% dos empreendimentos no Amazonas são do Programa Minha Casa Minha Vida e os 60% restantes correspondem a outros tipos de imóveis. Sem dúvidas, o MCMV gera novos negócios e postos de trabalhos”, disse.

Foto:  Walter Mendes

Reis alerta que apesar das expectativas animadoras, as medidas levam tempo para fazer efeito na economia e projeta os bons resultados somente a partir do segundo semestre deste ano. “Como a medida da redução de taxas de juros que hoje está em torno de 13%, vem caindo e a estimativa é que baixe um digito até o fim de 2017. Só colhemos o que plantamos”, sentenciou.

O empresário estima que a partir dessas medidas o índice de desemprego da construção civil do Estado diminuirá significativa. “Esse indicador inclusive já estagnou, mostrando que o saldo entre as contratações e demissões deverá ser positivo. Isso é reflexo que a economia volta a aquecer com resultados sentidos a partir do segundo semestre, como já mencionei”, reforçou o presidente da Ademi-AM.

Reis adiantou ainda que no próximo mês haverá um evento para divulgação do balanço do setor imobiliário do Amazonas em 2016 e na ocasião também será anunciado a projeção real para este ano.

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