A descoberta pode contribuir para o desenvolvimento de medicamentos destinados a pessoas que sofrem de dores crônicas.
Muitos são os estudos realizados com o intuito de tratar picadas de serpente, venenos de centopéias (lacraias), dentre outros animais peçonhentos, que lançam substâncias venenosas. Mas um fato que é pouco difundido é que o veneno de lacraia é pouco tóxico para o ser humano e até hoje não há relatos comprovados de que alguém tenha morrido no Brasil em decorrência do veneno.
O Portal Amazônia mostra que além de pouco prejudicial à saúde, o veneno pode atuar como uma espécie de morfina contra a dor. Confira a seguir:
Estudos realizados por pesquisadores australianos, chineses e mexicanos identificaram que o veneno de algumas espécies de centopeias, como a centopeia-de-cabeça-vermelha (Scolopendra subspinipes mutilans) e outros miriápodes pode ser utilizado para aliviar dores intensas, sejam crônicas ou não.
Os experimentos são feitos através da extração do veneno da mandíbula dos animais, que se entrarem em contato direto com o ser humano podem causar dores, inchaços e até mesmo erupções cutâneas. Porém, ao ser processado em laboratório, o veneno pode inibir a dor.
Como ocorre a inibição?
Nós, seres humanos possuímos uma proteína chamada “Nav1.7” responsável na transmissão de dor pelo organismo. Ao analisar essa substância, os cientistas perceberam que o veneno tem a capacidade de afetar essa proteína e em alguns casos, o mesmo consegue inibir em até 150 vezes mais do que a morfina e outros remédios convencionais para alívio da dor.
Porém, não foram todos os casos em que o veneno possuiu a mesma capacidade de inibição da morfina. A grande questão é que o veneno não provoca uma toxicodependência, porque, não bloqueia os receptores, diferente da morfina.
Benefícios à longo prazo
Essa descoberta pode ser fundamental para pessoas que sofrem de dores crônicas e que passam por tratamentos de saúde.
Além das lacraias, há estudos realizados sobre a eficácia do veneno do escorpião azul para combater células com câncer e sobre o potencial farmacológico de venenos de serpente e da aranha da amazônia.