Uatumã é pioneira no uso sustentável

Com quase 425 mil hectares, mais de três vezes o tamanho da cidade de São Paulo, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uatumã, no estado do Amazonas, é pioneira no ordenamento de uso público sustentável, com objetivo de conservação dos recursos naturais, a partir do envolvimento da comunidade local.

Foto:Divulgação/MMA

Localizada nos municípios de São Sebastião do Uatumã e Itapiranga, a reserva tem como missão proteger a biodiversidade e, ao mesmo tempo, fortalecer o modo de vida tradicional. Dessa forma, promove o desenvolvimento social através da conservação da natureza e do resgate do extrativismo florestal, garantindo sustentabilidade para a comunidade.

Desde 2010, a RDS é apoiada pelo Arpa, o que tem possibilitado o fortalecimento do envolvimento da comunidade na gestão da unidade. “Segundo os moradores, os processos de implementação das atividades não ocorriam da mesma forma que estão ocorrendo com a chegada do programa. A unidade está melhor estruturada para conduzir a atividades planejadas, de forma a garantir a participação de todos na conservação dos recursos naturais disponíveis e o uso sustentável dos mesmos”, informou o gerente da unidade, Cristiano Gonçalves.

Em pouco mais de sete anos, o Arpa investiu R$ 680 mil na formação do Conselho, sinalização, proteção, equipe técnica, equipamento e monitoramento na unidade. “A reserva de Uatumã agora conta com sinalização dos principais pontos, o que facilita o entendimento definido no Plano de Gestão da unidade. Além disso, as atividades de proteção melhoraram muito com o aporte de recursos do programa”, contou Gonçalves.

Biodiversidade

Entre os meses de agosto e dezembro, mais de mil turistas visitam as áreas da Reserva de Uatumã, que são compostas por serras, praias de areia branca, cachoeiras, sítios arqueológicos e a imensidão da floresta amazônica. Além da beleza cênica, a unidade abriga diversas ações de preservação e conservação da biodiversidade.

Um exemplo é o Projeto Quelônios do Uatumã, desenvolvido pelo Centro de Preservação e Pesquisa de Quelônios Aquáticos (CPPQA), com apoio da comunidade local, que é capacitada para atuar na vigilância de tabuleiros de quelônios, transplante e criação filhotes em berçários até que os mesmos atinjam tamanho mínimo para retornarem para o rio.

Segundo o gerente da RDS, a participação e o envolvimento da comunidade garantem a preservação das espécies. “Os tucunarés, por exemplo, que já estavam quase extintos devido à grande pressão da pesca predatória, já recuperaram os estoques e estão gerando renda para os moradores devido à alta procura de pesca esportiva na região”, disse.*Deixe o Portal Amazônia com a sua cara. Clique aqui e participe.

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