Produtores de Apuí no AM realizam primeira venda de Copaíba com rastreio via QR Code

Na última terça-feira (17), o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) intermediou a entrega do primeiro lote efetivamente rastreado de Copaíba extraída por comunidades ribeirinhas da região de Apuí, no Amazonas, para a empresa de cosméticos Beraca. São mais de 600 quilos de Copaíba que trazem a nova marca coletiva criada especialmente para produtos do cooperativismo amazônico, a Inatú.

Além da nova marca, a Copaíba comercializada oferece a função de leitura por QR Code de todas as informações da procedência do seu local de coleta, o Projeto de Assentamento Agroextrativista Aripuanã-Guariba.

Foto:Henrique Saunier/Idesam

Uma primeira venda com QR Code já havia sido realizada anteriormente para a Beraca, mas ainda em fase piloto do projeto Cidades Florestais, responsável pelo apoio técnico e de gestão do empreendimento. Essa é apenas uma das vendas de um contrato firmado com a empresa para o fornecimento de Copaíba, o que só foi possível graças a um trabalho de reestruturação da Associação Agroextrativista Aripuanã-Guariba (ASAGA), realizado pelo Idesam e comunitários locais.

Com esses e outros contratos firmados pela associação agora já estruturada, os extrativistas da região agora conseguem um preço mais justo, em uma valorização que ultrapassa 70% no quilo do preço do produto, se comparado ao praticado anteriormente pelos atravessadores locais.

Todas as informações usadas no QR Code vêm dos próprios produtores, que podem registrar os dados ainda em campo pelo aplicativo Cidades Florestais, que ficam registrados e são atualizados no momento em que o aparelho tem acesso a internet. O Idesam foi o responsável técnico elaborar o aplicativo, por treinar a equipe da associação responsável pelo recebimento dos lotes coletados e por capacitar os produtores na utilização do aplicativo.

Além de mostrar qual a procedência do produto, o uso do aplicativo Cidades Florestais também auxilia os produtores a possuir um maior controle dos seus gastos com a atividade, ao se registrar os custos de todas as etapas da coleta.

“Tudo isso traz mais uma segurança de onde está vindo o produto, demonstra que é de uma associação de produtores tradicionais e de um Projeto de Assentamento Agroextrativista que está sendo conservado. Para a empresa essa informação é muito importante, pois ela também pode depois repassar isso para seus clientes”, afirma André Vianna, coordenador do projeto Cidades Florestais.

Foto:Henrique Saunier/Idesam

Sobre o Cidades Florestais

O projeto Cidades Florestais, iniciado em 2018, tem como propósito promover a economia florestal de municípios do interior do Amazonas. Esta promoção se dá por meio do fomento a cadeias produtivas florestais, madeireiras e de óleos vegetais, de comunidades e famílias dos municípios: Apuí, Carauari, Itapiranga, São Sebastião do Uatumã, Silves, Lábrea e Boa Vista do Ramos.

As ações do projeto são desenvolvidas pelo IDESAM, com apoio do Fundo Amazônia /BNDES, sendo que, atualmente, 14 organizações sociais participam destas ações compreendidas nos seguintes temas: Implantação de plataforma digital e aplicativo de apoio à gestão da produção comunitária; Elaboração de Planos de Manejo Florestal e assistência técnica até a comercialização da produção; Implementação de novos equipamentos e maquinários para a atividade florestal; Instalação da Rede de Óleos da Amazônia prevendo a construção de duas novas mini usinas de extração de óleos vegetais e apoio estrutural e gerencial a outras três usinas já existentes.

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