Presença de borboletas ajuda a avaliar impacto ambiental na Amazônia


Foto: Adriano Gambarini/WWF

MANAUS – A forma como os seres vivos se distribuem na Terra diz muito sobre as espécies, pois elas ocupam os locais que proveem mais recursos para a sua sobrevivência. Uma pesquisa realizada pelo doutorando em Entomologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Márlon Santos, investiga o padrão de distribuição de algumas espécies de borboletas na Amazônia. As informações podem ajudar a entender como elas são afetadas pelo impacto ambiental provocado por ações humanas.

O estudo, intitulado “Diversidade, padrões de distribuição e esforço de coleta de borboletas frugívoras em floresta ombrófila densa da Amazônia”, focou em espécies de borboletas encontradas na Reserva Adolpho Ducke, na Zona Leste de Manaus. A constatação foi que determinadas espécies precisam de uma variedade maior de plantas para se alimentar. Ou seja, sem um ambiente rico em vegetais estas espécies se deslocariam para outra região ou morreriam.


Espécie Urania Lelius na Amazônia. Foto: Anselmo D’Affonseca/Inpa

E ainda: uma mudança brusca no ambiente poderia fazer com que elas simplesmente desaparecessem. “É possível dizer que, se a riqueza de plantas diminuir no habitat destas borboletas, elas morreriam ou deixariam o local. Isso pode ser causado por queimadas, poluição e outras ações, do homem ou não. As borboletas são bioindicadores da biodiversidade dos locais que habitam”, explica o pesquisador.

Animais são bioindicadores

Santos diz que Inpa tem várias pesquisas que envolvem a análise de espécies que podem ser indicadores de impacto ambiental. “O Inpa tem estudado várias espécies de vertebrados e invertebrados na Amazônia. Esses estudos, por exemplo, podem predizer o que aconteceria com as espécies estudadas se o planeta continuar esquentando com o Aquecimento Global, ou como reagiriam com impactos ambientais extensos”, revela.

“As pesquisas sobre a distribuição de espécies são inúmeras e tratam desde espécies de formigas até mamíferos da região. A ideia é mapear o maior número de espécies e poder predizer com dados claros o que aconteceria a cada espécie da Amazônia em uma situação de desequilíbrio ambiental”, conclui.

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