Pesquisadores lançam aplicativo que calcula qualidade da água, no Pará

O Dia Mundial da Água é comemorado na próxima quinta-feira, 22 de março, mas o Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Universidade do Estado do Pará (Uepa) antecipou as comemorações lançando na última semana, o IET: um aplicativo para celular que calcula o índice de qualidade da água, uma ferramenta para auxiliar pesquisadores da área de recursos hídricos.

IET é a sigla do termo técnico “Índice de Estado Trófico”, que nada mais é do que a condição em que se encontram os ambientes aquáticos lóticos (com correntezas) e lênticos (sem correntezas). Para calcular esse índice, o pesquisador que usar o aplicativo precisará escolher o tipo de ambiente a ser analisado e depois preencher dois campos com os valores de fósforo e clorofila coletados. Um cálculo que antes era feito de maneira manual e demandava muito mais tempo, agora é imediato. O aplicativo faz as contas em segundos e revela se a água analisada está boa para consumo ou se possui altos índices de poluentes.

Foto: Divulgação
O app já está disponível para download gratuito no Play Store, na versão para celulares com sistema operacional Android, e faz parte da pesquisa de pós-doutorado da professora doutora Hebe Morganne Campos Ribeiro, do PPGCA, em parceria com o professor doutor Fábio José da Costa Alves, do Mestrado Profissional em Matemática do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE).

Hebe destaca os benefícios do IET. “Ele será um facilitador do Protocolo de Análises em Qualidade de Água, além de ajudar a comunidade em geral a fazer um gerenciamento integrado dos recursos hídricos, proporcionando estudos comparativos de forma mais rápida para reservatórios de abastecimento de água no Brasil e no mundo”, destaca. 

O aplicativo vem em boa hora, já que de acordo com uma pesquisa publicada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população da Região Norte é a que mais usa celulares para acessar a internet, com 96,7% , seguida do Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e do Sul. Para o professor Fábio Alves, o futuro estará no celular. “Nosso plano é que futuramente todos os professores da rede pública ensinem seus alunos a construírem aplicativos para usarem em suas pesquisas”, ressalta. 

Foto: Divulgação
O lançamento ocorreu no Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT) e contou com a presença do reitor da Uepa, Rubens Cardoso; da diretora do CCNT, Eliane Coutinho; da diretora de Desenvolvimento da Pós-Graduação, Elen Vanessa Costa da Silva; do coordenador do PPGCA, Altem Nascimento Pontes, e de alunos e professores da pós-graduação. 

Para o reitor, as ideias precisam sair do papel e dos artigos científicos e se concretizarem em produtos oferecidos à comunidade. “Quando pegamos a criatividade e transformamos em um resultado, então vira uma inovação. O desafio da sociedade paraense é enxergar a universidade como uma alavanca de vários projetos”, disse ele.  “Os produtos gerados por inovações tecnológicas precisam sair dos laboratórios”, enfatizou Ellen da Silva. “Devemos sempre fazer algo para aproximar a comunidade da universidade. Temos muitos projetos em fase de gestação e vamos colocá-los em prática”, destacou Altem Pontes. 

“Hoje tudo passa pelos aplicativos. Que venham outras novidades!”, incentivou Eliane Coutinho. Segundo os dois desenvolvedores do IET, no mínimo, seis novos programas para calcular a qualidade da água serão lançados em breve. Para a mestranda Fernanda Neves, assim como a calculadora não acabou com o exercício da matemática no dia a dia, o aplicativo não extinguirá as fórmulas matemáticas, mas será um facilitador para se obter resultados mais rápidos e precisos. “Com o app é possível obter resultados ainda em campo. Isso é uma evolução, porque substitui o trabalho manual das fórmulas que compõem o IET. Com essa praticidade, facilita-se o monitoramento dos corpos hídricos”, afirma.
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