Pesquisadora do Amazonas assume comando da Solemac

A pesquisadora do Instituto Mamirauá, Miriam Marmontel, é a nova presidente da Sociedade Latino-americana de Especialistas em Mamíferos Aquáticos (Solamac). A posse da nova diretoria aconteceu durante a conferência realizada pela entidade em Valparaíso, Chile, entre 29 de novembro e 1º de dezembro.
A pesquisadora Miriam Marmontel durante trabalho em campo. Foto: Amanda Lelis/Instituto Mamirauá
“Tenho orgulho de assumir a presidência daquela que é a sociedade mais representativa de estudos com mamíferos aquáticos no continente, vinte anos depois de sua criação”, disse Miriam. Desde a última reunião, em 2014, a pesquisadora já atuava como vice-presidente da sociedade. Entre os anos de 2012 e 2014, foi secretária na instituição.

“Contando com o apoio da presidente-eleita Maritza Sepúlveda (Chile), a secretária Ana Carolina Meirelles (Brasil), a tesoureira Mariana Nery (Brasil), e os conselheiros Jorge Urbán (México), Juliana Di Tullio (Brasil) e Fernando Lopes (Brasil) esperamos poder fortalecer ainda mais a sociedade, aumentar a comunicação entre os sócios, apoiar a realização de cursos e encontros científicos, e atuar na conservação fortemente das espécies de mamíferos aquáticos de nossa região”, completou a pesquisadora.

A Solamac foi criada em 1996, com o objetivo de agregar especialistas em mamíferos aquáticos da América do Sul e viabilizar a difusão do conhecimento científico e das ações em prol da conservação das espécies.

Perfil

Miriam faz parte da equipe de pesquisa do Instituto Mamirauá há mais de 20 anos e lidera, atualmente, o Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos. A pesquisadora é graduada em Oceanologia Biológica e Geológica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul; mestre em Oceanografia, pela Universidade de Miami; e doutora em Recursos Florestais e Conservação, pela Universidade da Flórida. Desde 2015, a pesquisadora é a editora chefe da Latin American Journal of Aquatic Mamals, revista científica publicada pela Solamac.

Prêmio

A iniciativa ‘Conservação do peixe-boi na Amazônia Brasileira’, liderada por Miriam no Instituto Mamirauá, foi vencedora do Prêmio Nacional de Biodiversidade em 2015 nas categorias ‘Academia’ e ‘voto popular’ Há mais de 20 anos, o Instituto atua pela conservação do peixe-boi amazônico, esforço que tem contribuído para a redução das ameaças para essas populações.

O Centro de Reabilitação de Peixes-boi de Base Comunitária (Centrinho), na Reserva Amanã, recebe filhotes órfãos de peixes-boi, resgatados em municípios da região do Médio Solimões (AM). Depois dos cuidados de reabilitação com técnicos, pesquisadores, veterinários, e com apoio de moradores das comunidades locais, os animais são soltos novamente em ambiente natural e continuam sendo monitorados por GPS pelos pesquisadores.

Além desta iniciativa, o Instituto também atua em várias regiões da Amazônia pela construção de um painel amplo e abrangente da situação atual dos mamíferos aquáticos amazônicos, como o boto vermelho (Inia geoffrensis) e o tucuxi (Sotalia fluviatilis). Com a realização de pesquisas científicas e envolvimento da população local, é possível desenvolver estratégias de conservação focadas à espécie, ao longo de toda a Amazônia brasileira.

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Atualmente, o peixe-boi é classificado como espécie vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O maior risco para sua extinção vem da caça ilegal.

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