A organização WWF Brasil (organização não-governamental brasileira dedicada à conservação da natureza) emitiu um alerta vermelho para a degradação do solo. No caso da Amazônia, a devastação da floresta, principalmente para a expansão da fronteira agrícola, pode comprometer até mesmo a produção de alimentos no futuro.
De acordo com o relatório, o Brasil ainda é a maior fronteira de desmatamento do mundo, por ano, mais de 1 milhão e 400 mil hectares de vegetação natural são perdidos. Nos últimos 50 anos, 20% da Amazônia já desapareceu. A organização alerta ainda para outra situação, a devastação da floresta pode comprometer a produção de alimentos. O uso intenso da terra, com a ampliação da fronteira agrícola, tem afetado o clima no planeta.
“A agricultura é extremamente dependente do serviço ecossistêmico, seja em um regime de chuva ou pela própria disponibilidade hídrica, elas dependem muito do que a gente chama de mudanças climáticas, então, se a gente muda, tanto a mudança climática no nível global, quanto alterações climáticas no nível regional, você altera o uso do solo de uma região, o clima é afetado, dessa forma, a própria produção agropecuária sofre com isso”, explicou Edgar de Oliveira, da WWF Brasil.
Os estudos ainda mostram que é possível atender as expectativas futuras de produção de alimentos sem derrubar nenhuma árvore. “Nós temos mais de 50 milhões de hectares de pastagem que já foram abertos, e estão subutilizados. O objetivo é recuperar essas áreas e intensificar a pecuária de uma forma sustentável. Dessa forma, a gente começa a atender a necessidade de produção agrícola do país”, afirmou Oliveira.
A equipe da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) concorda que é possível aumentar a produtividade sem ampliar a fronteira agrícola desde que o produtor tenha acesso a novas tecnologias e assistência técnica adequada. “O produtor já vem se dedicando ao aumento da produção, investindo em esforços financeiros, pessoais e tecnologias, tudo isso, para aumentar e verticalizar as operações. O que o Brasil não pode abrir mão é do seu potencial produtivo, além de sua responsabilidade em produzir cada vez mais alimentos para uma população mundial crescente”, falou o coordenador de sustentabilidade do CNA, Nelson Filho.